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Castelo Branco: Nova vida para o coração do Valongo

José Furtado - 14/12/2018 - 10:00

 VÍDEO  Investimento de meio milhão de euros, financiado pelo município, permitiu melhorar a igreja que já existia e terminar o que não tinha sido feito.

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Igreja encheu-se de gente para a reabertura depois das obras. Foto José Furtado/ Reconquista

Vinte e três anos separam as placas que assinalam a inauguração da igreja de Nossa Senhora do Valongo e aquela que marca a conclusão efetiva dos trabalhos.

A última foi mostrada no feriado de Nossa Senhora da Conceição, dia em que os fiéis voltaram ao templo para assistir à celebração presidida pelo bispo de Portalegre e Castelo Branco.

D. Antonino Dias descerrou a placa juntamente com o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, que teve um papel central no desfecho.

A história foi contada pelos párocos de São Miguel da Sé, que certo dia pediram uma audiência ao presidente para pedir ajuda para pintar a igreja.

A paróquia tinha gasto o que podia na correção das infiltrações no edifício e não sobrava verba para algo que a população pudesse ver.

Em vez de um sim imediato, o padre Nuno Folgado lembrou que receberam de Luís Correia a hipótese de terem acesso a uma intervenção mais alargada, numa altura em que o município planeava a requalificação de várias ruas do bairro.

Os 70 mil euros de previsão inicial transformaram-se numa obra de quase meio milhão de euros, que financiaram a pintura mas também a climatização, caixilharias, iluminação interior e exterior, a conclusão das salas que estavam inacabadas desde a inauguração e a requalificação da zona envolvente, que é agora um espaço de lazer do bairro.

O presidente percebeu “a relevância desta obra na dimensão urbanística de um bairro que alguns dizem que nasceu clandestino e percebeu também a relevância patrimonial e arquitetónica desta igreja, a relevância social da comunidade que aqui se reúne e percebeu a importância identitária da fé que aqui se professa”, referiu Nuno Folgado perante uma assembleia cheia de gente.

Mas o pároco in solidum de São Miguel da Sé sublinhou também o papel da comunidade que não desistiu da sua igreja, referindo que o mais importante desta história “está para ser escrita”.

As salas agora concluídas ganharam também os nomes de todos os párocos que ao longo de quase um quarto de século passaram por lá.

São eles o cónego Anacleto, monsenhor Magalhães, cónego Lúcio, cónego Assunção, padre Martinho, padre Carlos e o cónego Emanuel.

Foi ainda dedicada uma sala a Luís Correia, em reconhecimento pelo apoio prestado. Mas para o pároco in solidum, José António Gonçalves, a igreja foi também possível graças a uma longa lista de pessoas da comunidade, a começar pelo casal que cedeu o terreno onde foi edificado aquele que diz ser “o coração do bairro”.

O papel da igreja para o bairro foi também destacado por Luís Correia.

“O momento de alegria é porque sabemos que esta obra poderá mudar e transformar a nossa comunidade para melhor e é um momento de homenagem para todos os que colaboraram para construir desde a raiz esta igreja”, disse o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, que agradeceu aos párocos por terem alertado a autarquia para a necessidade de fazer esta requalificação.

O bispo de Portalegre e Castelo Branco vê no restauro da igreja uma oportunidade para as pessoas olharem para o seu interior e em redor.

D. Antonino Dias disse perante os fiéis que o restauro da igreja “é capaz de ser mais fácil que o restauro da igreja que somos”.

Nesta época do Advento pediu aos fiéis que saibam “limpar as paredes do coração, tirar de lá as teias de aranhas e pôr as coisas no sítio. Assim como é bonito nós olharmos para um templo desta forma, que nos ajuda a crescer, a viver, a celebrar, quão mais importante não é o nosso interior”.

Para D. Antonino Dias esta missão será bem-sucedida se a família se envolver.

 

 

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