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Grito de tristeza pelos incêndios

Leonel Marques Martins - 14/09/2017 - 10:51

Este grito de tristeza, de revolta, de desilusão, de fúria mas também de humildade, dirijo-o obviamente aos políticos do MEU PAÍS, mas não só. Essencialmente endereço-o a todo o meu Povo, ao Homem do campo, ao Erudito ou ao Homem comum das cidades.

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Este grito de tristeza, de revolta, de desilusão, de fúria mas também de humildade, dirijo-o obviamente aos políticos do MEU PAÍS, mas não só. Essencialmente endereço-o a todo o meu Povo, ao Homem do campo, ao Erudito ou ao Homem comum das cidades. É que de uma maneira ou de outra, pela parte da mãe, do pai, do avô, da avó ou de outro parente mais ou menos longínquo, todos os cidadãos têm raízes nas aldeias portuguesas. 
Nesta hora de desgraça todos somos afetados. Não deve haver interesses políticos mas interesses nacionais, patrióticos e humanitários.
Sr. Primeiro-ministro, Sr. Presidente da República, Sr.s Governantes, Líderes de todos os partidos políticos, Sr.s Deputados, Autarcas e Homens com poder decisório, Igrejas de todos os credos, Instituições Europeias:
A floresta não é propriedade só do seu legítimo dono. A floresta é um bem único, nacional e mundial. O ar que respiramos não tem fronteiras. A catástrofe que nos está a atingir atingiu os limites do tolerável. 
Quem ficará indiferente? Mortos, civis e bombeiros, crianças e adultos, casas queimadas, gado, os poucos bens que cidadãos das zonas desfavorecidas possuíam, fauna e flora…
Este POVO, que sofre com os incêndios, como disse o Sr. Presidente da República,” é resistente”, é lutador, é resiliente, mas está atento e diz que ”as leis estão boas é para os criminosos, pois nas prisões têm cama, mesa, TV e não precisam de trabalhar”.
Mas há um limite para tudo.
Está na hora de pedirmos que sejam reapreciadas as leis.
O poder político afirma na TV que há mão criminosa. Então em nome da democracia a lei permite que alguns homens malévolos matem homens justos, famílias…? As leis vão continuar a permitir que este estado de coisas continue?
Em breve Portugal não terá uma folha verde. Mas que País é este? ……..
Dizia alguém que, se a esses criminosos lhe queimassem o dedo mínimo de uma das mãos e os colocassem durante cinco anos, de sol a sol, a limpar a floresta e a apagar fogos no verão e a reflorestar no outono e no inverno, esta medida divulgada, seria suficiente, se aplicada a simples e a poderosos, para não voltar a surgir um único incêndio de origem criminosa em Portugal. Eu concordo.
Até quando o povo português vai permitir que estes assassinos o sejam? Senhores que mandam neste grandioso Portugal, esqueçam as diferenças políticas, juntem-se todos, legislem rápida e eficazmente e apliquem as leis a todos, representem eles quaisquer que sejam os interesses que os movem. Não deixem que os vossos netos um dia comentem: o meu avô mandou neste país e permitiu que eu herdasse uma terra queimada.
José Afonso já morreu, mas a sua mensagem está bem viva.
É essencial a função da escola na criação de uma consciência cívica e ambiental, com programas adequados.
Dever-se-ia aproveitar o papel da TV na formação e na correção de conceitos dos adultos, virada para o civismo, para a preservação ambiental, para a divulgação da lei e suas penalizações.
São urgentes leis dissuasoras do crime, persuasoras das boas práticas e estimuladoras da fixação das populações nas zonas com menos oportunidades e em vias de desertificação.
Nunca a tecnologia foi tão avançada. Os drones poderão ser um dos meios mais eficazes na identificação dos criminosos.
Como elementos de combate aos incêndios seria legítimo, aos mancebos capazes do país, em cumprimento de serviço militar obrigatório de um ano, dar formação para combater incêndios entre outras capacitações, como a reflorestação, limpeza da floresta, abertura de caminhos florestais e de faixas de descontinuidades que servissem de barreira à passagem do fogo. Outros agentes de combate aos incêndios, após formação adequada, deveriam ser os presidiários, os delinquentes e os desempregados a receber subsídios do estado.
A autoridade de cada ser humano é ganha pelas suas ações, pela sua postura perante os outros seres, pela Natureza e pelo Planeta, pelos valores, não que professa, mas que aplica na sua vida.
Não sou mais que qualquer outro. Mas sinto autoridade para soltar este grito de revolta e de impotência que há semanas tem estado abafado e tem vido a crescer dentro de mim.
Sempre trabalhei. Sempre senti que mereci justamente mais do que o meu salário. Não fujo aos meus impostos. Esforço-me por não prejudicar o meu igual.
Visitei recentemente várias regiões queimadas. Vi a destruição e senti a morte.
Vejo as notícias e o fogo posto vai alastrando a cada dia que passa para os concelhos limítrofes. É o território, o povo e a pátria indefesa que arde. Estou revoltado, triste, desolado…
Senhores quando o povo está mal e passa fome, as autoridades políticas têm sofrido também as consequências, tem-no dito a história.
A seca traz a fome, a desflorestação agrava a seca e a desertificação e contribui para o aquecimento global.
Esta tragédia podia ter sido evitada. Há muitos anos que as bases da prevenção deveriam ter sido lançadas.
O turismo, a economia, a política, as populações, beneficiam com um país verde.
As somas gastas no combate aos incêndios facilitariam muito o Sr. Ministro das Finanças na conceção do orçamento do estado, deslocando-as para a prevenção dos fogos, no que diz respeito ao ordenamento florestal e do território, à reflorestação, à educação dos cidadãos e às questões da justiça.
Socorro, socorro, socorro….. Salvem Portugal.
Leonel Marques Martins

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