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Retratos: Imposto solar

JC - 18/08/2016 - 10:00

O presidente da Brigada do Reumático, Jeremias, já enviou uma carta ao ministro da tutela, para saber como é que é essa coisa de taxarem nos impostos sobre as casinhas o sol que nelas bate. -“Ainda não percebi muito bem. Vieram dizer-nos que as casas que recebem mais sol pagam mais que as outras. Mas certamente que a cabecinha pensadora que anunciou tamanha descriminação, não conhece o Burgo. Pois aí teria que taxar a sombra, sobretudo no verão. É que não se consegue estar dentro de quatro paredes com tanto calor”, disse o responsável da BR, enquanto tentava perceber o porquê de taxar o sol.
-“É que até nas touradas a sombra é mais cara que o sol”, argumentava Godofredo, secretário geral da BR, que na sua perspetiva os autores de tamanho disparate não conhecem muito bem o território lusitano. -“Qualquer dia ainda vêm com a ideia que também é preciso taxar as vistas”, acrescentou.
-“Não é qualquer dia! Já foi. Casas com boas vistas também pagam mais”, esclareceu Evaristo, do Conselho Fiscal da BR.
-“Então o Tobias está trabalhado”, vaticinou Jeremias.
-“Como assim, se ele vive numa rua onde só há casas de um lado e de outro”, questionou Godofredo, já a perceber onde é que a conversa ia dar.
-“Com uma vizinha como a doutora Josefina, qualquer casa nos arredores paga logo mais impostos!”, ironizou Jeremias.
-“Então estamos todos fritos. Pois o Burgo, além de ter muito sol, tem mulheres muito bonitas”, disse Godofredo.
-“É uma vidinha é o que é”, adiantou Evaristo, que pelo sim pelo não está a pensar trocar o apartamento que possui na Villa por uma cabana que tem no campo. -“Assim pode ser que pague menos impostos”, reforçou.
-“Hum… não sei, é que o chilrear dos passarinhos também vai passar a contar para o dito imposto”, retorquiu Jeremias.
-“Então o melhor é deixar-me estar como estou. Sempre vou apreciando umas boas vistas...”, concluiu Evaristo, enquanto pagava a abaladiça no sítio do costume.

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