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S. Vicente da Beira: Livro sobre a Senhora da Orada lançado no dia da romaria

Reconquista - 16/05/2019 - 9:30

Nomear a vila, sede de freguesia, é falar da Senhora da Orada, local onde a natureza e a espiritualidade marcaram um encontro único.

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A romaria tem lugar no último domingo de maio. FOTO da capa cedida pelos autores da obra

O livro que será lançado no próximo dia 26 surge da vontade e iniciativa da Comissão da Senhora da Orada que pretende dar a conhecer a história do santuário e os costumes e tradições associados à romaria que se celebra no quarto domingo do mês de maio. Assim, dia 26, terá lugar a romaria e será apresentado o livro.

O santuário é muito antigo e os registos escritos sobre a sua história são díficeis de encontrar, identificar e compreender. Remontam a muitas centenas de anos. Foi necessário bastante tempo para alinhavar um percurso temporal que permita dar a conhecer o santuário desde as suas origens, explica ao Reconquista a sua autora, Inácia Brito. A obra tem fotos de António José da Conceição (co-autor). Assim, o recurso a testemunhos escritos e a testemunhos verbais foram as principais informações que permitiram a concretização do livro que se apresenta em 2019. Inclui-se neste livro a tradução de resumos dos principais capítulos, em francês (por Maria Cristina Bartolomeu) e inglês (por Edgar Conceição e Joana Rodrigues), com a finalidade de divulgar o santuário aos que não conhecem a língua portuguesa além fronteiras.

Este livro relativo ao santuário mariano vicentino dá a conhecer a capela, o terreiro e as imagens e até a paisagem. Alteradas ao longo dos séculos,mas vezes grandes transformações outras pequenas e demoradas. Divulgar e permitir o conhecimento sobre a história do santuário foi o objectivo do projecto que, na sua apresentação nas primeiras páginas esclarece: «Realizaram-se construções e reconstruções, alteraram-se datas e o direito de propriedade do santuário e dos terrenos em seu redor. À medida que a sociedade se modificou ao longo dos séculos o santuário foi palco de adaptações e remodelações. Estas alterações, sem alterar a beleza exuberante da paisagem da Serra da Gardunha, as grandes mudanças no santuário foram realizadas no sentido de acomodar e receber o crescente número de peregrinos, facilitanto a viagem até ao local e o acolhimento. Foram mudanças que acompanharam as exigências da modernidade, sendo uma das principais a alteração da estrada e estacionamentos devido à utilização de novos meios de transporte. Também foi significativo o alargamento do terreiro e a criação de melhores condições para todos os que ali se deslocam, quer em dia de romaria quer ao longo de todo o ano, para recolher a água da fonte ou disfrutar da paisagem. O santuário cresceu tornando-se mais acolhedor e apelativo.»

As origens do santuário são igualmente abordados no livro: «A Senhora da Orada como local de culto religioso e espiritual deverá remontar ao período antes da nacionalidade. As raízes da fé neste local cresceram, o santuário transformou-se e materializou-se na edificação da capela e da casa do ermitão, nos fontanários e nos espaços envolventes. Com uma afluência sempre crescente de peregrinos e crentes, este santuário mariano eterniza a fé do povo. As águas milagrosas e as graças recebidas motivaram a celebridade do santuário na Serra da Gardunha ao qual afluem crentes de todo o país ao longo de muitos séculos. A Fé da Humanidade atravessou os tempos, as gerações, os reinados e permaneceu até aos nossos dias. E é essa Fé que continua a ser o cerne do que a Senhora da Orada representa para e na comunidade de São Vicente da Beira».

O livro reparte-se por dezasseis capítulos e inclui uma mensagem do padre José Leitão aos seus conterrâneos: Subir ao monte do encontro; apresentação; o santuário na antiguidade; o culto antes da nacionalidade; paróquia no tempo dos mouros; a capela; o edíficio e o terreiro; as imagens; a Senhora da Orada em 1758; o Cruzeiro e a pia baptismal; a Senhora da Orada e a Comenda de S. Vicente da Beira da Ordem de Avis; alenda da Senhora da Orada; o local da aparição; a casa do ermitão; a fonte santa; os milagres e graças (dádivas e ofertas; os vestidos); a romaria, a festa e a feira (a procissão; a caminho da romaria; as excursões à Senhora da Orada; a merenda, a festa e a feira);a ribeira da Senhora da Orada; testemunhos; a poesia e a música; publicações no jornal «Pelourinho»; o culto na identidade de um povo.

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