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Sarzedas: Academia da História reconhece investigadora do Pomar

José Furtado - 19/01/2017 - 15:14

Maria da Graça Vicente tem-se dedicado ao estudo do território regional na época medieval, que já lhe valeu dois prémios.

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Maria da Graça Vicente recebeu o prémio numa cerimónia com Marcelo Rebelo de Sousa. Foto Presidência da República

Uma investigação que aprofunda a realidade dos territórios entre os rios Zêzere e o Tejo na época medieval valeu a uma investigadora natural do concelho de Castelo Branco o Prémio de História Professor Doutor Francisco da Gama Caeiro, atribuído pela Academia Portuguesa da História.

O prémio foi entregue em dezembro numa cerimónia com a presença do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.

Maria da Graça Vicente nasceu há 62 anos na pequena aldeia do Pomar, na freguesia de Sarzedas, de onde saiu com apenas nove anos.

Ao longo da vida estudou e trabalhou alternadamente, sendo mestre e doutorada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Da tese de doutoramento nasceu o livro “Povoamento e Propriedade. Entre o Zêzere e o Tejo (Séculos XII-XIV)”, editado em 2015 pela Colibri e pela Academia Portuguesa da História.

Depois de ter dedicado a tese de mestrado ao nascimento histórico da então vila da Covilhã, a cujo concelho chegou a pertencer Sarzedas, Maria da Graça Vicente continuou a investigação em redor da sua terra natal.

“Quando fui fazer a minha tese de doutoramento surgiu naturalmente o tema destas terras que na altura não tinham sido muito tratadas do ponto de vista histórico para este período temporal”, disse ao Reconquista.

Ao contrário do que muitos de nós aprendemos nas escolas “a ideia que temos de latifúndio no Alentejo e de minifundio no norte é uma construção do século XIX”. Na época que estudou a propriedade era bastante grande e tinha como gestores as ordens miliares e monásticas, a Igreja com os bispados, os municípios e a nobreza, entre outros. “Isso acontecia porque eram eles que também tinham os meios para a cuidarem”.

Maria da Graça Vicente é uma apaixonada pela época medieval, sobretudo pela sua importância “para a fixação de uma identidade da região”.

Autora de vários trabalhos individuais e coletivos tem contribuído para revistas nacionais e estrangeiras, entre outras publicações.

Em 2012 a obra “Covilhã Medieval. O Espaço e as Gentes (Séculos XII a XV)” recebeu o  prémio Augusto Botelho da Costa Veiga, também atribuído pela Academia Portuguesa da História. A produção não ficará certamente por aqui.

 “A História nunca está acabada e mais do que conclusões este livro tem interrogações e ponto de partida para outros trabalhos”, diz a autora, que fala de si como uma “aprendiz de historiadora”.

 

NOTA DE REDAÇÃO: Na versão da notícia publicada na edição em papel do Reconquista de 19 de janeiro a fotografia referente à autora citada no texto não corresponde à mesma. A imagem recolhida pelo fotógrafo oficial da Presidência da República e publicada na página oficial do Palácio de Belém sem estar acompanhada de legenda levou o Reconquista a solicitar a identificação das mesmas junto da entrevistada, mas uma falha de comunicação levou a uma interpretação errada da nossa parte. Pelo facto pedimos desculpas à pessoa visada e aos nossos leitores.  

 

 

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