João Lourenço Roque põe na escrita as pessoas e os lugares. Foto José Furtado/ Reconquista
O nome não é estranho para o leitores fiéis do Reconquista.
João Lourenço Roque assina neste jornal as suas “Digressões Interiores”, que acabam de passar do papel de jornal para o de livro.
Não é a primeira vez, já que em 2011 tinha editado um primeiro volume, com o mesmo ponto de partida.
Desta vez compilou os textos publicados nos últimos seis anos, reunidos numa edição da Palimage.
Juntos num só livro, os textos publicados de forma dispersa no jornal “ganham outra importância e uma vida nova”, disse o autor ao Reconquista momentos antes de dar a conhecer o seu livro, numa sessão realizada em Sarzedas, com direito a casa cheia.
Os textos são viagens pelo seu interior, feito de afetos, alegrias mas também de mágoas e alguns sonhos desfeitos.
Mas estas digressões são também viagens em seu redor “dos meus vizinhos e por estas aldeias, talhadas no xisto e do granito”.
João Lourenço Roque insiste em falar num mundo rural quase extinto mas que ainda resiste.
“É uma chamada de atenção para que quem de direito não deixe morrer esta pátria interior e de algum modo tentarem contribuir para politicas de desenvolvimento”, disse o autor, que lamenta o que se perdeu do Ocreza, um rio outrora cheio de vida e possibilidades “e que bem merecia ser recuperado no sentido de atrair vida e atrair pessoas”.
No jornal não há tabela de audiências mas na rua o autor encontra os seus leitores.
“Eu sei que tenho muitos leitores e algumas pessoas que nem conheço vêm ter comigo”.
Os textos que quer continuar a escrever trazem para a história a gente desconhecida, mesmo que às vezes possa não parecer.
“Muitas vezes parece que tudo gira à minha volta, parece que é só sobre mim que escrevo mas é mais sobre eles que escrevo”.
O desejo do autor “é que as pessoas vão resistindo e que mais pessoas venham, porque se as aldeias em volta forem morrendo é a própria cidade que perde muita da sua identidade, porque ela foi construída a partir das aldeias”.
João Lourenço Roque nasceu em 1945, no lugar de Calvos, em Sarzedas. Estudou em Castelo Branco, de onde partiu aos 17 anos para Coimbra, primeiro para estudar e depois para ensinar.
O segundo volume das suas “Digressões Interiores” foi apresentado pela presidente da Junta de Freguesia de Sarzedas, Celeste Rodrigues, num salão da junta cheio de gente para o ouvir.
de certo romantismo.
Muito preocupado, o autor , com as Terras do interior do país. Louvo o prazer que me
deu ao ler, afianço que o Dr. JOÃO ROQUE é um grande escritor, Poeta excelente.