O protesto vai decorrer junto às Portas de Ródão. Arquivo Reconquista
Um grupo de ativistas contra a poluição no rio Tejo convocou para o feriado de 25 de Abril uma concentração em Vila Velha de Ródão, para protestar contra a escolha da zona das Portas de Rodão como armazém temporário das lamas extraídas do fundo do rio.
A concentração está marcada para o meio-dia e inclui uma visita ao local escolhido para colocar as lamas.
Segundo os organizadores o terreno “encontra-se dentro da área de proteção do Monumento Natural das Portas de Ródão onde é interdita a deposição de resíduos e a alteração da morfologia e do coberto vegetal”.
De acordo com a mesma fonte a proprietária do terreno “não aceita a depredação que vai ocorrer e, ao contrário do que dispõe o código de procedimento administrativo, não foi notificada da decisão do Conselho de Ministros”.
Para os organizadores “a barbárie das celulósicas tem uma associação com a barbárie governamental”.
O protesto irá contar ainda com poesia e canções de protesto e a apresentação de um manifesto.
Em comunicado a organização diz que estão presentes deputados da Assembleia da República.
O Ministério do Ambiente deu início à “Operação Tejo 2018”, que pretende extrair cerca de 30 mil metros cúbicos de lamas no fundo do rio Tejo, dos quais cerca de 12 mil junto à zona envolvente do emissário de Vila de Velha de Ródão.
O Conselho de Ministros aprovou recentemente a manifestação de interesse público e nacional da ocupação temporária de um terreno junto às Portas de Ródão, para acolher as lamas provenientes da limpeza do fundo do rio Tejo junto ao emissário de Vila Velha de Ródão.
O prédio denominado por Barroca da Senhora fica a poucas centenas de metros do monumento natural.
“Procura-se, desta forma, promover as medidas necessárias à prevenção e recuperação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do Tejo, designadamente a ação de limpeza das lamas localizadas junto à zona envolvente do emissário de Vila de Velha de Ródão”, justificou o Governo.
No entanto esta escolha está a ser contestada pela Quercus e por partidos como o PAN e o BE, que já pediram explicações ao Ministério do Ambiente.
O ministério nega a existência de substâncias perigosas nas lamas a extrair do fundo do rio. Operação durará oito meses.
Segundo o Conselho de Ministros a medida é necessária para despoluir o rio Tejo e será provisória.
O pedido foi apresentado pelo deputado Pedro Soares, que preside à Comissão Parlamentar de Ambiente.
O partido considera a decisão “ilegal” devido à proximidade do Monumento Natural das Portas de Ródão.