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Uma preocupação que deve ser constante: O nosso Ambiente

Luís Beato Nunes - 28/06/2018 - 9:31

O ambiente não pode ser apenas uma causa que se defenda nos tempos livres, porque não é apenas nos tempos livres que respiramos, nem deve ser apenas nos tempos livres que nos preocupamos com a nossa saúde e com o nosso bem-estar.
Esta preocupação deve estar presente nas nossas decisões quotidianas e orientar-nos para uma gestão sustentável da nossa relação com a natureza, da qual acabamos por fazer parte, mesmo com algumas decisões autodestrutivas.
O planeta já testemunhou extinções de várias espécies animais ao longo da sua longa história, e a nossa eventual extinção fará, um dia, parte desse mesmo horizonte temporal. Nem os dinossauros, esses gigantes que povoaram o planeta há milhões de anos, escaparam a uma extinção que ainda nos atormenta nas suas diferentes explicações científicas.
Mais recentemente, o fenómeno do aquecimento global tem merecido a atenção da ciência, porque, mesmo não sendo totalmente explicado pela acção humana, esta tem o seu contributo, o qual pode ser minimizado. 
A esmagadora maioria dos estudos indica que a acção humana tem acelerado as perturbações climatéricas sobretudo desde os finais do século XIX devido às emissões de gases como o dióxido de carbono para a atmosfera.
Contudo, e apesar das alterações climatéricas serem uma questão de dimensão mundial, com vários fenómenos meteorológicos a afetarem cidades, vilas e aldeias um pouco por todo o mundo, há problemas ambientais que, por estarem tão próximos de nós, deveriam merecer a nossa especial atenção. 
A forma como gerimos o nosso lixo, ou como deitamos fora o que não consumimos, deve fazer parte da nossa educação cívica, porque todos partilhamos o mesmo ambiente e ninguém deveria ter o seu bem-estar condicionado, por uma gestão manifestamente negligente do desperdício dos outros.
Se uma parcela cada vez mais relevante do lixo doméstico é reciclada, dando nova vida ao desperdício, uma parte significativa do lixo industrial ainda é depositada em aterros, cuja fiscalização deve ser sempre uma preocupação cívica, e não apenas das associações ambientais ou entidades responsáveis.
O concelho de Castelo Branco, por exemplo, acolhe uma unidade de aterro de resíduos industriais banais que, apesar de não se destinar a lixo industrial perigoso, deve suscitar a atenção dos que mais próximo estão desta unidade, certificando-se que a sua saúde e bem-estar futuro não são afetados.
No início deste ano, um grupo de deputados solicitou ao ministério do ambiente um esclarecimento sobre a atividade desta unidade, nomeadamente sobre a tipologia, constituição e classificação dos lixos ali depositados e também sobre a aparente falta de fiscalização a que estava sujeita a própria infraestrutura
O reflexo que a preocupação da população local tem na esfera política nacional é já um excelente sinal de que as instituições ainda ouvem os seus cidadãos, mas as autoridades locais deviam e devem manter as populações informadas sobre actividades que possam ameaçar o seu bem-estar.
É compreensível que os munícipes estejam preocupados, mas devem reflectir essa preocupação junto das autoridades locais para que estas se possam certificar que a potencial ameaça é devidamente fiscalizada.
Tal como algumas empresas são obrigadas a divulgar as suas demonstrações financeiras, também estas unidades deveriam publicitar na impressa local uma versão sumária e auditada do seu relatório de atividade, de modo a que a população possa estar informada sobre o que pode estar a afetar o seu ambiente.

luis.beato.nunes@gmail.com

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