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Francisco Belo: “Mostrei aqui mais do que já tinha alguma vez feito”.

José Furtado - 30/08/2017 - 12:39

O atleta albicastrense Francisco Belo regressou a Portugal depois da medalha de ouro no lançamento do peso. Antes de partir falou ao Reconquista.

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Francisco Belo alcançou a primeira medalha de ouro para Portugal em Taipé. Foto DR

O número para guardar na memória é 20,86 metros.

Foi com esta marca que Francisco Belo deu a Portugal uma medalha de ouro no lançamento do peso na Universíada de verão em Taipé, na China.

O atleta de Castelo Branco fez uma prova de sonho, somando um recorde pessoal ao primeiro ouro português nesta vertente do atletismo.

Depois de se ter qualificado diretamente com um lançamento de 19,75 metros, Francisco Belo iniciou a final com 19,24 metros.

Até que à terceira tentativa fixou a marca que lhe valeu o ouro.

Ainda fez mais um lançamento válido de 20, 64 metros, que só por si também era suficiente para ganhar (confortavelmente) o ouro.

O polaco Konrad Bukowiecki, que ficou com a prata, não foi além dos 20,16 metros, com o romeno Andrei Marius Gag a escassos quatro centímetros de diferença, que lhe deram o bronze.

“A meta para esta competição era a mesma que uma grande competição. Queremos chegar na nossa melhor forma e dar o nosso melhor. Lutar para mostrar nestes palcos o nosso melhor. Às vezes conseguimos outras vezes não. Estou muito feliz por sair desta competição com um recorde pessoal. Mostrei aqui mais do que já tinha alguma vez feito”, respondeu o atleta ao Reconquista, por mensagem escrita, enquanto esperava pelo avião de regresso a Portugal, onde chegou esta quarta-feira.

Para o estudante de Medicina, esta medalha de ouro é também um exemplo “para quem ainda acha que treinar e estudar não é compatível”.

“Encaro esta medalha como uma "prenda" para mim e todos os meus colegas atletas universitários que lutam todos os dias por fazer uma carreira dupla. Encaro como um raio de esperança para quem luta todos os dias por ser mais e melhor”.

Manter um nível competitivo alto com um curso “é bastante complicado mas muito gratificante” e apesar dos sacrifícios “somos felizes, fazemos o que queremos e gostamos, temos um vida que poucos têm e gostavam de ter”.

Em Taipé enfrentou temperaturas semelhantes às da cidade em que nasceu mas com níveis de humidade bastante altos, que se revelaram um desafio.

“Nunca competi com tanto calor, tanta humidade, tanta chuva, tanto suor. Tive de mudar muitas coisas, como usar material específico para secar o pescoço”.

A adaptação foi difícil “mas tal como o nome diz é adaptação e adaptei-me da melhor forma possível e com as capacidades que reuni ao longo da minha vida e carreira”.

É talvez um bom augúrio para os jogos olímpicos de 2020, que serão ali ao lado em Tóquio, no Japão.

Mas Francisco Belo está para já concentrado noutras metas.

“Acabando esta participação o próximo desafio é acabar a tese de mestrado e apresentar”.

A participação portuguesa na Universíada de Taipé saldou-se pela conquista de cinco medalhas.

Francisco Belo e Diogo Ferreira (salto com vara) ganharam ouro, Rui Bragança (taekwondo) a prata e Marta Onofre (salto à vara) e Nuno Borges (ténis) regressam a casa com medalhas de bronze. Francisco Belo foi ainda quinto na final do lançamento do disco.

O Governo, através do Ministério da Educação, congratulou-se no próprio dia com a conquista do albicastrense.

 

Barata em quinto nos 10 mil

O distrito de Castelo Branco também esteve representado na Universíada por Samuel Barata, que iniciou a carreira competitiva no Grupo Desportivo Animação Cultural da Bouça, na Covilhã.

O campeão nacional de 5.000 metros correu na China a final dos 10.000 metros e ficou em quinto lugar, com o tempo de 29:54:89.

Barata tentou ainda a meia maratona mas não terminou a prova.

Nas duas últimas edições da Meia Maratona de Lisboa foi o melhor português.

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