Encontro com o Governo ficou aquém do esperado, diz a plataforma contra as portagens. Foto arquivo Reconquista
Passaram muitos meses até serem recebidos por um ministro mas conseguiram-no esta semana.
Mas o encontro entre aqueles que são contra as portagens e quem tem na mão a faca e o queijo não amainou a contestação. No dia 6 de março a plataforma que junta empresários, utentes e sindicatos pretende organizar um grande fórum regional contra as portagens.
O anúncio foi feito por Luís Veiga, menos de 24 horas depois de os representantes da Plataforma de Entendimento para a Reposição das Scuts na A23 e A25 terem sido recebidos pelo ministro adjunto Pedro Siza Vieira.
De Lisboa trouxeram o reconhecimento que a razão está do seu lado, mas pouco mais do que isso.
“O Governo reconhece que as portagens são um problema para a atividade económica e para as pessoas que vivem aqui”, referiu Luís Veiga no encontro com os jornalistas na Covilhã, na manhã de terça-feira.
Mas a falta de um compromisso para encontrar uma solução “é algo que lamentamos mais uma vez”.
Segundo o empresário o Governo não tem sequer uma noção de como pode resolver o problema, algo que diz ter sentido quando o ministro lhes pediu ideias.
Luís Garra, o coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco, é taxativo: se o Governo reconhece que as portagens são um problema “então atue-se”.
Do encontro com o ministro Siza Vieira ficou a ideia que o tema das portagens poderia fazer parte de um pacote de medidas para o interior que precisa de ser amadurecido.
Mas para o dirigente sindical a questão das portagens deve ser encarada como um assunto a resolver a curto prazo, não obstante a necessidade de medidas de apoio de longo prazo.
“Não podemos estar à espera”, sustenta. Marco Gabriel, o porta-voz da comissão de utentes da A23, encontra uma contradição evidente entre o discurso pós-incêndios - de apoio ao interior - e as medidas tomadas até agora.
Para este elemento do movimento “não basta encher auditórios e dizer que agora é que é. Nós precisamos desta medida e esta é muito concreta. Não é a única de todas aquelas que o interior precisa mas é chave em termos da mobilidade e do investimento”.
A reunião prevista para 6 de março vai ser aberta a outros atores que não fazem parte do movimento.
“O nosso objetivo é conseguirmos mobilizar o maior número de pessoas para medirmos o pulso àquilo que acham que deve ser feito e não tomarmos decisões precipitadas”, diz Luís Veiga.
Neste momento a plataforma envolve sete entidades “muito representativas da sociedade da região” mas para esta reunião serão ainda convidadas as comunidades intermunicipais e os grupos parlamentares.
A Associação Empresarial da Beira Baixa (antigo Nercab), a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda são as outras entidades que fazem parte deste movimento.