Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Alcains e Castelo Branco: Pedro e Inês até ao fim do mundo

Reconquista - 06/01/2021 - 17:30

O mito de Inês de Castro, escrito por Luís de Camões, António Salvado e Ana Luísa Amaral, dá mote a uma iniciativa que vai passar por lojas do comércio tradicional, cafés e pastelarias de Alcains e Castelo Branco.

Partilhar:

O amor de Pedro e Inês ficou perpetuado na literatura e nos seus túmulos

O mito de Inês de Castro, escrito por Luís de Camões, António Salvado e Ana Luísa Amaral, dá mote a uma iniciativa que vai passar por lojas do comércio tradicional, cafés e pastelarias de Alcains e Castelo Branco, esta quinta-feira, dia 7, durante todo o dia.

A iniciativa é promovida pela Alma Azul, que recorda em Alcains e Castelo Branco algumas das interpretações do amor e do mito de Pedro e Inês, usando para tal o Canto III de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, integrado na sua edição do livro “Até ao Fim do Mundo – Poesia Sobre Inês de Castro” (2007), mas também o texto “Inês de Castro”, de António Salvado, em “Rosas de Pesto”, da A Mar Arte (1998), e “E arrancar corações: um acto inútil”, uma interpretação mais contemporânea de Ana Luísa Amaral, publicada em “Imagias”, da Gótica (2002).

A iniciativa de animação cultural destina-se ao público em geral através de leituras em voz alta (mas informais) e com a oferta de poemas. Em Castelo Branco a Alma Azul deixará em livrarias poemas para os visitantes, numa promoção da leitura de poesia, a primeira do ano, tendo como inspiração um dos grandes mitos da história portuguesa.

Reza a história que a galega Inês de Castro era aia do séquito de D. Constança Manuel, que acompanha a Portugal para o casamento com o infante e futuro rei D. Pedro.

O amor trágico de Inês de Castro e D. Pedro I inspirou poetas e dramaturgos, que criaram um mito que ainda hoje perdura no imaginário de toda a Península Ibérica, mas não só pois, anualmente, atrai turistas de todos os continentes à Quinta das Lágrimas, em Coimbra, para visitar a Fonte dos Amores, onde terá sido executada Inês de Castro; e ao Mosteiro de Alcobaça, para apreciar a riqueza (não só simbólica) dos túmulos de Inês de Castro e D. Pedro I com a inscrição “Até ao Fim do Mundo”.

A lenda foi criada por Luís de Camões, precisamente no Canto III do poema épico “Os Lusíadas”, segundo a opinião de António de Vasconcelos (biógrafo da Rainha Santa Isabel, avó de D. Pedro I), seguida por dramaturgos e poetas portugueses e espanhóis.

Há em redor desta paixão, que não terminou na morte de Inês de Castro em 1355, foram cultivados uma literatura e um imaginário desde o século XVI até aos nossos dias.

Só em Portugal, destaca-se, por exemplo, o trabalho de Ruy Belo, em “A Margem da Alegria”; mas também poemas de Inês Lourenço, Nuno Júdice, Eugénio de Castro (a peça “Constança” é um documento singular na interpretação do mito), Natália Correia, Afonso Lopes Vieira e muitos outros.

COMENTÁRIOS