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Almaraz: Proprietários vão pedir funcionamento até 2028

José Furtado - 22/03/2019 - 11:42

O acordo entre a Iberdrola, Endesa e Naturgy foi alcançado a poucos dias do prazo dado pelo governo espanhol.

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A central entrou em funcionamento há quase 40 anos. Foto arquivo/ DR

A central nuclear de Almaraz poderá continuar a funcionar até 2028, adiando mais uma vez o seu tempo de vida útil. Esta é a intenção dos proprietários da central situada próximo da fronteira com o distrito de Castelo Branco, depois de negociações entre a Iberdrola, a Endesa e a Naturgy. O pedido destes proprietários é que o reator I possa funcionar mais sete anos e o II por mais oito anos.

Segundo os proprietários caso a licença seja renovada pelo Conselho de Segurança Nuclear espanhol está assegurada a atividade económica e o emprego na zona de Almaraz para além de 2028, já que serão necessários 15 anos de trabalhos de desmantelamento. Mesmo assim, e segundo o jornal El Periódico Extremadura, o comité de trabalhadores da central mostrou-se insatisfeito, sublinhando que a duração prevista “não cumpre as expectativas”.

O Reconquista noticiou em fevereiro que o governo espanhol tinha chegado a acordo com as empresas do setor elétrico para encerrar as centrais nucleares do país entre 2025 e 2035, o que deita por terra a hipótese de a central de Almaraz ser desativada em 2020. As empresas tinham de solicitar até final de março o prolongamento da licença, após o qual o Conselho de Segurança Nuclear espanhol terá de emitir um parecer, que pode impor condições para o funcionamento.

O prolongamento da vida útil da central, que entrou ao serviço há cerca de 40 anos, tem sido contestado por diversas organizações ecologistas de Espanha e Portugal. O Movimento Ibérico Antinuclear reagiu a estes desenvolvimento reiterando que os proprietários da central “não apresentam fiabilidade suficiente para continuar a explorar esta infraestrutura nuclear”, exigindo ao governo espanhol que não permita a extensão da sua licença de operação, que expira em 10 de junho de 2020. Para o movimento a central “coloca em risco não só o território espanhol, mas também o português, através da possível dispersão da radioatividade pela atmosfera e pelo rio Tejo, em caso de acidente com fuga radioativa”.

 

Notícia atualizada com a posição do MIA

COMENTÁRIOS

Rui Correia
à muito tempo atrás
Acabe-se com a Central de Almaraz.
Malpica do Tejo fica muito próximo da bomba.