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Cadeia de Esperança salva vidas com voluntariado

João Carrega - 16/12/2022 - 9:36

O cirurgião cardíaco albicastrense André de Lima Antunes participou na missão solidária a Moçambique, "Cadeia da Esperança", onde foram efetuadas 17 cirurgias.

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Os médicos portugueses com a equipa Moçambicana

“A melhor gratidão que temos é recebermos o sorriso das crianças e das famílias. São momentos que se sentem”. É desta forma que o médico-cirurgião cardíaco albicastrense, que exerce funções no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, se refere à semana que esteve em Moçambique, em regime de voluntariado, com a organização não-governamental (ONG) “Cadeia de Esperança”.

“Este tipo de missões são muito nobres e deveriam repetir-se”, sublinha o cirurgião que esteve 30 novembro a 8 de dezembro em Maputo, no hospital do Instituto do Coração (ICOR), com uma equipa liderada pelo antigo diretor do serviço de cirurgia cardiotorácica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Manuel Antunes, e que contou com ainda com o atual diretor desse serviço, David Prieto, com a técnica de cardiopneumologia, Catarina Lopes, e os enfermeiros de cuidados intensivos desse mesmo serviço, Ricardo Simões e António Ferreira.

“Ao logo dessa semana operámos entre três a quatro pessoas por dia, entre adultos e crianças. Em Moçambique há uma prevalência muito significativa de febre reumática, a qual afeta as válvulas do coração. Isso obriga tanto ao seu arranjo, como à sua substituição. Metade das cirurgias que efetuámos foram feitas a crianças”, adianta.

André de Lima Antunes realça o papel da ONG Cadeia de Esperança que existe em vários países. “Em Portugal quase que não ouvimos falar desta organização. Mas para se ter uma ideia em Inglaterra ela tem um orçamento de oito milhões, o que lhe permite realizar muitas missões de voluntariado e apoiar mais pessoas”, justifica.

Por isso, destaca a importância da organização que promove “estas missões em vários países, onde durante uma semana participam em regime de voluntariado um cirurgião cardíaco de cada país”.

Associado a esta iniciativa está um dos nomes grandes entre os cirurgiões cardíacos internacionais, o português Manuel Antunes que com a também médica Beatriz Ferreira, fundou, em Maputo, o ICOR. “Inicialmente o objetivo era operar crianças ao coração, algo que foi sendo alargado a outras faixas etárias e outras valências. Ali as operações são gratuitas”, frisa André de Lima Antunes, que desde o “internato que tinha o desejo de fazer voluntariado. Este ano proporcionou-se e esta é uma experiência que quero repetir. Para o próximo ano quero integrar a missão e gostaria de o fazer noutros países. Tirar tempo da nossa vida para fazer algo como o que fizemos em Moçambique é muito enriquecedor”.

O médico albicastrense faz um balanço positivo. “Não tivemos nenhuma morte. A satisfação foi generalizada, quer pelos resultados cirúrgicos, quer pela formação. Foi muito enriquecedor. Sentir a gratidão das crianças e das famílias conforta-nos e motiva-nos a querer voltar lá”, conclui André de Lima Antunes, que salienta ainda a qualidade do ICOR, cujo lema original é “Salvar uma criança é salvar o mundo”.

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