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Centroliva: Empresa necessita mais matéria-prima

Lídia Barata - 16/04/2014 - 18:33

O mercado não tem capacidade de resposta para mais operadores de secagem de bagaço de azeitona"". A afirmação é de Nuno Branco, administrador da Centroliva, que reitera que ""não existe matéria-prima suficiente"".

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Centroliva: Empresa necessita mais matéria-prima

O mercado não tem capacidade de resposta para mais operadores de secagem de bagaço de azeitona"". A afirmação é de Nuno Branco, administrador da Centroliva - Indústria e energia SA, sediada em Vila Velha de Ródão, que reitera que a empresa ""está no mercado e continuará a estar, mas não compra todo o bagaço que desejaria, porque não existe mais matéria-prima"". Na última campanha, o diretor da unidade revela que receberam em Vila Velha de Ródão 30 mil toneladas de bagaço, de toda a região, mas ""fica aquém da capacidade instalada e que a Centroliva desejaria ver completada, ou seja, 60 mil toneladas"". Quanto aos operadores já existentes no mercado, afirma também que ""a zona das beiras tem mais que capacidade para receber todo o bagaço da região"", ou seja, ""existe a unidade de Vila Velha de Ródão e uma outra no Crato, não havendo muito espaço para uma terceira nesta zona"". Segundo este responsável, ""a Centroliva recebe bagaço desde a Guarda até Estremoz e ainda vai buscar algum a Espanha, porque aqui não há bagaço suficiente para os objetivos de rentabilização a empresa"". Até há pouco tempo, havia em Vila Velha de Ródão dois secadores de bagaço, mas a empresa ""deslocalizou um para Ferreira do Alentejo, onde o grupo Agro Athena (onde está inserida) está a realizar um grande investimento, numa unidade de extração de óleo de bagaço. Tínhamos capacidade de secagem de 600 toneladas por dia, mas ficando só com um secador, passou para 300 toneladas por dia"". Mas a transformação do bagaço de azeitona só por si, ""tem-se desvalorizado, porque se antigamente o bagaço tinha 40 a 50 por cento de água, hoje, com a fiscalização ambiental apertada às águas ruças, o bagaço vem com 75 por cento de água, logo, com menos valor"", o que, segundo Nuno Branco, ""encarece muito o processo, porque o transporte (assegurado pela Centroliva) fica mais caro, quando o produto vale menos, pois só 25 por cento do bagaço (depois de seco) é aproveitado para a extração de óleo"". Em termos de números, ""o bagaço que agora vale três euros por tonelada, podia valer antes cerca de 15 euros por tonelada"". Na Centroliva, além da secagem do bagaço, e reutilização dos caroços para alimentação das caldeiras, como combustível, o bagaço seco, bem como os resíduos florestais e outros resíduos como manta de plantação de cogumelos, são queimados, na Central de Biomassa, sendo transformados em energia elétrica, que é depois vendida, sob a forma de média tensão, à EDP. ""O grupo está estruturado de forma vertical, integrando todas as fases do processo, pois só assim se torna rentável e vale a pena o negócio do bagaço da azeitona"", sublinha o diretor da Centroliva. Devido à falta de matéria prima para alimentar a Central de Biomassa, esta só vai retomar a sua atividade normal na próxima segunda-feira, dia 21 de abril. As normas ambientais e a legislação inerente têm sido cada vez mais exigentes, tal como a fiscalização é cada vez mais rigorosa. ""Esta é uma atividade muito sensível em termos ambientais e alvo de constantes fiscalizações"", refere Nuno Branco, lembrando que em 2013, a empresa instalou ""um lavador de fumos, para resolver a questão de emissão de partículas acima da norma"". Neste momento, ""há para resolver uma escorrência de uma das balsas de receção de bagaço, mas tal também já foi comunicado às autoridades. Agora tem de ser transferido todo o bagaço que ainda ali se encontra para a outra balsa, para se poder proceder à reparação da rutura"". A Centroliva - Industria e energia SA foi fundada em 1990, em Vila Velha de Ródão. Mas em 1997, apostou na produção de energia elétrica a partir de energias renováveis. Assim, nasce a primeira Central Termoelétrica a Biomassa. Integrada no grupo Agro Athena Portugal, Sociedade Gestora de Participações Sociais, SA, a Centroliva conta atualmente com cerca de 20 trabalhadores. O grupo tem atualmente quatro secadores de bagaço, um em Vila Velha de Ródão, um na Mealhada, um em São João da Pesqueira e um em Ferreira do Alentejo, localidade onde está a instalar também uma unidade de extração de óleo de bagaço, que deverá começar a funcionar em setembro, juntando-se à unidade que já tem semelhante na Mealhada.

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