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Ideias e Factos: "Ciência com consciência"

Agostinho Dias - 25/02/2016 - 11:51

O super-homem do séc. XXI apresenta-se como sendo capaz de vencer todos os desafios, soberano para definir livremente os seus valores, e senhor de uma técnica e economia capaz de transformar o mundo. No entanto, a sua fragilidade vem ao de cima de modo flagrante, quando nos pomos a analisar os factos.

Pela ciência e técnica e homem de hoje descobre as “partículas de Deus” confirma as teorias das ondas gravitacionais de Einstein, mas teme diante de um mosquito, chame-se ele ébola ou zika, e mais ainda diante duma bactéria chama-se legionella ou chichicola. Os soberanos e parlamentares discutem os valores para as suas sociedades livres, mas nem os exércitos bem organizados lhes tiram o medo diante de um comando terrorista, constituído por uma célula de meia dúzia de homens bem armados e treinados para espalharmos o medo.

"Isto mostra que no nosso mundo mesmo as coisas consideradas grandes se deixam facilmente vencer e corromper por outras que parecem pequenos e desprezíveis"

Os economistas discutem fluentemente, se é a economia da austeridade, ou a do crescimento económico que salva o mundo, mas diante da tirania dos mercados acabam-se as discussões e têm de obedecer humildemente, senão ficam sem orçamento. Os computadores e a robotização comandam o novo mundo, mas diante de um grupo de hackers peritos ficam facilmente sem eficácia.

Isto mostra que no nosso mundo mesmo as coisas consideradas grandes se deixam facilmente vencer e corromper por outras que parecem pequenos e desprezíveis. É esta a grandeza e a fragilidade do mundo em que vivemos, que ora nos traz alegrias e esperanças, ora as converte em dor e sofrimento. A ética, com que o ser humano atua perante as realidades que o cercam, tem  muito a ver com tudo isto. E se Deus perdoa sempre, o homem raramente perdoa, acontece que a natureza nunca perdoa e por isso agir sem ética pode ter consequências muito graves para o ser humano. É esta falta de ética dos homens uns perante os outros e perante a natureza que muitas vezes faz acontecer que é doloroso e calamitoso. Enquanto a ética defender exclusivamente do livre arbítrio de cada um, não nos veremos facilmente livres desta situação.

agostinho.dias@reconquista.pt

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