A Assembleia da República discutiu o programa do governo que foi debatido em “modos de todos contra um”. Foi classificado de “vago” e “inadequado” para o momento em que vivemos por todos os partidos que se opuseram ao PS, argumentando que já não responde aos problemas que atualmente estamos a viver. Agora está a ser debatido o orçamento para 2022 que se desenvolve a partir de dois eixos fundamentais: recuperação económica e dos legados da crise, e reposta aos desafios de médio e longo prazo. A recuperação económica assenta no investimento e no Plano de Recuperação e resiliência, no apoio às empresas, ao rendimento das famílias, na recuperação das aprendizagens no ensino e da atividade normal na saúde. Está desatualizado porque não conta com os efeitos da guerra, como sejam a inflação galopante ou as dificuldades na execução do PPR.
Nos desafios de médio e longo prazo enumera a demografia, a família, os jovens, as desigualdades e coesão social, a transição climática e a transição digital. Esquece a pobreza que em vez de estar a ser erradicada, está a agravar-se fortemente coma subida do custo de vida. Aponta num forte crescimento económico baseado sobretudo nas exportações, no consumo e no recuo do desemprego, esquecendo a crise provocada pela guerra. Prevê mesmo uma redução do deficit para 3,2%. Apresenta 5 grandes áreas de ação assim distribuídas: 578 ME para reforço do rendimento das famílias, 2610ME para apoio ao relançamento das empresas, 1026ME de investimento público no âmbito do PRR, 780 ME para aumento de salários na administração pública, e 1600 ME para a recuperação na educação e saúde.
Esperamos que não haja aqui demasiado otimismo e que a realidade da crise europeia provocada pela guerra não venha a contrariar estas contas. Aguardamos serenamente…
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