No dia 3 de novembro, Guilherme de Oliveira Martins apresentou na Assembleia da República a obra do P. Manuel Antunes, natural da Sertã, chamada "Repensar Portugal", e que foi editada em 1979, na Revista Brotéria, dos Jesuítas.
Soou na altura como um hino à possibilidade de construção da democracia e um epitáfio à ditadura, após a revolução dos cravos.
Proclama a urgência de passar de um Estado Novo construído por Salazar e seus seguidores, para um Novo Estado baseado na democracia. Defende a necessidade de Portugal prosseguir com os quatro des: des-burocratizar, des-idiologizar; des-clientelizar e des-centralizar.
Penso que este programa ainda não está concluído e que é preciso acrescentar outros des já vindos no tempo da democracia.
A burocracia ainda emperra processos nos tribunais, que quando chegam ao final está tudo prescrito, atos dos cartórios com embróglios quase inultrapassáveis, etc; é preciso desburocratizar o direito.
A “ideologia” ainda precede a realidade” em alguns partidos políticos que põem a “Castilho” antes de analisar a realidade.
O clientelismo é coisa que não falta num sistema de cunhas e favores em tantos sectores da nossa sociedade.
A descentralização é aquilo de que mais se fala, mas menos se concretiza por exemplo na relação interior/litoral, cidades metrópoles/província, etc. isto só prova que a obra deste jesuíta ainda é atual e é pertinente repensar Portugal à luz deste perdão.