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Ideias & Factos: A guerra da água

Agostinho Dias - 10/02/2022 - 9:51

A ameaça da seca neste momento é bem real em algumas zonas do nosso país. Perante tal situação o Ministério do Ambiente mandou que a água de algumas barragens com níveis mais baixos não fosse usada para regas, nem para a produção de energia elétrica, reservando-a para o consumo doméstico. A água é um bem comum precioso e isso justifica esta decisão de preservar este bem comum para o essencial, mesmo em prejuízo de outras funções importantes. 
O que não faz qualquer sentido é agora vir a E.D.P. a pedir uma indemnização ao Governo por não poder usar a água das barragens para a produção de eletricidade. Será que esta empresa tem mais direito à água do que os agricultores que têm de prescindir dela para dar de beber aos animais, ou para regar os campos? É uma empresa que nos cobra dinheiro para promover as energias renováveis, não paga impostos no negócio das barragens e agora ainda pede compensações, por não ter água para produzir energia, como se isso fosse culpa do Governo, ou dos consumidores de energia.
Diz o Papa Francisco: “O direito à água é determinante para a sobrevivência das pessoas, e decide o futuro da humanidade. Também é prioritário educar as próximas gerações sobre a gravidade desta realidade. A formação da consciência é uma missão difícil, requer convicção e dedicação. Eu interrogo-me, se no meio desta “terceira guerra mundial aos pedaços”, que estamos a viver, não estaremos a caminhar para a grande guerra mundial pela água”. E mais adiante: “mil crianças morrem diariamente devido a doenças associadas à água; milhões de pessoas consomem água contaminada”. 

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