Aqui pela Beira Baixa não se discute a crise governativa que afeta Portugal, mas o preço do azeite em plena campanha de colheita da azeitona. Há uma subida de 74% no preço da garrafa do azeite virgem de 75 centilitros – passou de 5,49 euros para 9,56 euros; foi por isso, segundo o Deco, o produto que mais aumentou de preço no último ano, dentro do cabaz dos bens essenciais. O problema parece ser a falta de produção em Espanha, que, devido à seca prolongada teve um mau ano agrícola. Em Portugal esperamos aumentar a produção, mas não o suficiente para influenciar os preços no mercado internacional. Nos últimos meses têm por isto aumentado os roubos de azeitona, sobretudo no Baixo Alentejo com tendência a estender-se a outras regiões, e já foram detidas pessoas e grupos organizados em flagrante.
A ASAE também apertou a fiscalização e recentemente apreendeu 4300 litros de óleo de bagaço de azeitona que estavam a ver vendidos como azeite virgem; também detetou óleo com corantes à venda como se fosse azeite na internet. O conselho é este: “se é demasiado barato, desconfie”.
Aqui pela Beira Baixa os lagares de azeite já andam em grande azáfama, e embora a “funda” seja fraca, acima dos 10Kg/litro, a qualidade parece ser boa e a acidez baixa.
Aqui fica o alerta aos nossos pequenos produtores beirões para que não se deixem enganar por “chicos espertos” que aparecem a comprar azeite ou azeitona a preços antigos e a abotoarem-se à custa do trabalho deles. O produtor foi o que teve mais trabalho e por isso é o que merece maior rendimento do produto que vende. Porém, na realidade, estamos habituados a que seja o intermediário aquele que mais lucra com os produtos.
agostinho.dias@reconquista.pt