Terminou a campanha eleitoral, e a votação dos cidadãos determinou quem serão os autarcas que vão reger as câmaras municipais e as juntas de freguesia do nosso país. Foram muitas as promessas feitas pelos partidos e candidatos apartidários durante o tempo de campanha. Muitas delas vão ficar esquecidas e nunca serão postos em prática até porque nem todas eram viáveis ou exequíveis. Os próprios partidos se queixam uns dos outros pelo não cumprimento de promessas feitas. Basta ouvir o P.C.P. a reclamar compromissos não satisfeitos no apoio ao orçamento de Estado do ano passado, ou o Bloco de Esquerda com as mesmas reclamações do ano anterior. A isto chamo corrupção eleitoral porque se pretende enganar os cidadãos para lhes caçar o voto, ou os parceiros para lhes caçar o apoio; conseguido o voto, ou o apoio ao orçamento, tudo fica esquecido e faz-se o que se pode.
A política tem de ser séria, se os políticos querem o respeito dos cidadãos. Esta corrupção prejudica os portugueses que votam na presunção de que o que lhes prometem é firme e depois são confrontados com qualquer desculpa esfarrapada. O resultado está à vista: muitos, ou já nem vão votar e engordam a abstenção que foi de 46,33%, ou votam branco ou nulo e foram 4,09%, em sinal de protesto com esta falta de seriedade.
Termina citando o n.º 188, da encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco: “as maiores preocupações de um político não deveriam ser as causadas por uma descida nas sondagens, mas por não encontrar uma solução eficaz para “o funcionamento da exclusão social e económica, com as tristes consequências do tráfico de seres humanos, tráfico de orgãos e tecidos humanos, exploração sexual de meninos e meninas, trabalho escravo, incluindo a prostituição, tráfico de drogas e de armas, terrorismo, criminalidade internacional organizada”.
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