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Ideias & Factos: Crime contra a humanidade

Agostinho Dias - 11/04/2024 - 9:52

O serviço militar obrigatório já foi uma “escola de vida” sobretudo para as classes mais desfavorecidas, nos meados do século passado. Por vezes era lá que aprendiam a ler e escrever, tiravam a carta de condução, adquiriam valores, aprendiam um ofício e se passados “à peluda”, vinham cá para fora com mais habilitações e mais preparados para a vida; se por lá ficavam, tinham um futuro garantido na carreira militar pelo menos até à patente de sargentos. A guerra de África nos anos 60 e 70 alterou as coisas, pois muitos foram lá mortos ou extropiados para o resto da vida; no entanto teve uma vantagem: vinham de lá com uma nova visão do mundo que levou as Forças Armadas a fazerem o 25 de abril, e apesar de algumas divergências, a criarem uma democracia em Portugal que se mantem até aos nossos dias. O serviço militar deixou de ser obrigatório, os quartéis ficaram com quadros, mas com muito poucos soldados, e por isso sem poderem realizar a missão de serem “escola de vida” à maneira do que tinham sido no passado. Presentemente volta-se a falar no serviço militar obrigatório, sobretudo pelo estado de guerra em que o mundo está a viver. Temo que esse serviço militar obrigatório seja apenas para ter “carne para canhão” nas guerras dirigidas pelos falcões da Nato ou, pelos oligarcas e autocráticos que querem dominar o mundo e serem os maiores. São guerras que não fazem qualquer sentido para quem tem uma visão pluralista do mundo, que respeita todas as religiões e civilizações e por isso tenta viver pacificamente com todos. São rios de dinheiro, milhares de vidas que se perdem e o mundo nada lucra com estas guerras. Oiçamos o grito do Papa Francisco: “A guerra é um crime contra a humanidade”!

Agostinho Dias
agostinho.dias@reconquista.pt

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