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Ideias & Factos: Crise de empregos?

Agostinho Dias - 20/01/2022 - 9:46

A Europa envelhecida está com falta de mão-de-obra em setores como a construção civil, a agricultura, a restauração e hotelaria, os serviços domésticos, os cuidados a idosos, o acompanhamento de crianças, etc. A Alemanha para já abre portas a 300 mil migrantes, mas diz que vai precisar de um milhão. Em Portugal na construção civil 70% dos operários não qualificados já são emigrantes; o mesmo se passa na agricultura. Recebem 800 euros/mês, mas 400 vão para os angariadores, segundo informação na imprensa escrita. Os lares de idosos já empregam muitas brasileiras entre nós.
O problema que se põe é a exploração desta mão de obra, com a tentativa de não cumprir integralmente a legislação laboral. A 10 de dezembro, celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Serviço Jesuíta dos Refugiados lançou um apelo às empresas nacionais, para que possam ajudar a integrar migrantes e refugiados,  a través da “contratação para empregos com condições humanitárias e laborais dignas”. O gabinete deste serviço “seleciona os candidatos, proporciona a sua formação e acompanha-os no processo pós-contratação, desenvolvendo também um trabalho de proximidade com os próprios empregadores, facilitando processos de integração e desenvolvimento profissional”. Ao longo dos últimos cinco anos já encontrou emprego para 1636 migrantes. “Não estamos só à procura de uma fonte de rendimento ou ocupação para os migrantes e refugiados que conseguimos ajudar, mas também uma oportunidade, aliada ao respeito e dignidade, para quem quer começar uma nova vida e contribuiu para a sociedade onde é integrado através do trabalho. Diz o Papa Francisco: “O que dá dignidade não é levar o pão para casa, pode tê-lo na Cáritas; o que dá dignidade é ganhar o pão. Se não dermos à nossa gente a capacidade de ganhar o pão, isso é uma injustiça social”.

Agostinho Dias
agostinho.dias@reconquista.pt

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