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Ideias e Factos: Dia mundial do trabalhador

Agostinho Dias - 28/04/2016 - 15:40

Vamos celebrar no próximo domingo o dia mundial do trabalhador, numa altura em que a União Europeia recusa o aumento do salário mínimo em Portugal, porque vem provocar o aumento do desemprego. O patronato procura todas as artimanhas para reduzir o custo do trabalho nas suas empresas: recorre a estagiários, a desempregados colocados na empresa pelos Centro de Emprego, a trabalho precário, etc. Deste modo procura-se aumentar o lucro das empresas, à custa dos trabalhadores. Pelos vistos a União Europeia apoia esta política, mas não se incomoda que a EDP vá pagar 14 milhões em 2016, aos seus administradores; António Mexia vai ganhar até 2 milhões de euros este ano, ou que os administradores da RTP aumentem os seus salários em 35%, só para citar dois exemplos. É preciso que quem trabalha veja o seu esforço valorizado e receba um salário tal que possa viver com dignidade. São 21,4% nos homens, e 26,9% nas mulheres os trabalhadores com salário mínimo.

"O que é certo é que atualmente os portugueses trabalham, anualmente, mais 324 horas do que os alemães, mas ganham menos 7.484 euros por ano"

Outra guerra em curso é a da redução das horas de trabalho para as 35 horas semanais, dando assim possibilidade aos trabalhadores poderem passar mais tempo com a família, e a subir a empregabilidade. Também aí a União Europeia joga no contra, argumentando com a diminuição da produtividade. O que é certo é que atualmente os portugueses trabalham, anualmente, mais 324 horas do que os alemães, mas ganham menos 7.484 euros por ano. Os portugueses passam no trabalho uma média de 33 horas por semana, mais do que a Holanda, Alemanha, Noruega, França ou Espanha. A produtividade não depende só do tempo laboral, mas também da competência técnica, da tecnologia e da aplicação ao trabalho.

Há ainda o problema dos ordenados em atraso, como é o caso de cerca de 80 mil portugueses da construção civil, em Angola; muitos deles estão a regressar sem esperança de receber aquilo a que têm direito.

Neste mundo que valoriza o capital e o lucro excessivamente, é o trabalhador aquele que produz, mas fica sempre para trás nas contas das empresas.

”O crescimento equitativo requer decisões, programas, mecanismos e processos especificamente orientados para uma melhor distribuição de rendimentos, para a criação de oportunidades de trabalho, para uma promoção integral dos pobres”. (Evangelli gaudium)

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