O governo do Partido Socialista agora empossado tem como ministros o núcleo duro deste partido rosa. É por isso o governo mais político, onde estão todos os delfins do partido que se perfilam para suceder a António Costa na chefia do mesmo. Esta centralização de ação governativa vai impedir a realização das reformas que estão a ser exigidas pelas outras forças políticas. Mesmo que estas se juntem todas, o que não é provável, elas não terão poder na atual Assembleia da República para impedirem o partido socialista de exercer a sua vontade: tem maioria absoluta na Assembleia e está só na governação do país, sem precisar de fazer acordos seja com quem fôr.
Há partidos que já prometeram luta nas ruas através da força dos sindicatos que ainda conseguem manobrar: greves, ações de rua, manifestações, são ações que talvez possam vir a ser mais frequentes, se as coisas não agradarem a esses partidos.
O único árbitro credível, que por enquanto parece ser aceite por todas, será o sr. Presidente da República, apesar dos amuos já terem começado ainda antes de se conhecerem os nomes dos governantes.
É evidente que o governo é legítimo e democrático, pois resulta da votação dos portugueses nas eleições legislativas extraordinárias realizadas em janeiro passado. O PS ganhou nas eleições por maioria absoluta graças às exigências da esquerda, e aos desentendimentos dentro dos partidos de direita. Esperamos que uns e outros ponderem as suas atitudes e as corrijam para o bem da democracia em Portugal.
Agostinho Dias
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