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Ideias & Factos: Os lucros dos bancos portugueses

Agostinho Dias - 21/03/2024 - 9:42


Em 2023, os sete maiores bancos portugueses – Caixa Geral de Depósitos, B.C.P., Novobanco, Santander, Totta. B.P.I., Crédito Agrícola e Montepio e lucraram 4.633,9 milhões de euros, ou seja de quase 12 milhões por dia; isto representa uma subida de 4.444 milhões em relação a 2023, ou seja 72,5%. Como o negócio principal dos bancos é a venda e a compra do dinheiro, estes resultados mostram que compraram barato e venderam com juros altos, para além das taxas que cobram sobre as contas dos clientes; por outro lado limitaram o número de empregados recorrendo à inteligência artificial que comanda muitos dos serviços prestados nas caixas multibanco, ou nos computadores dos clientes. É preciso referir ainda que o preço do dinheiro não é determinado pela relação oferta-procura como acontece no comércio em geral, mas pelo banco Central que impôs taxas muito elevadas. Quem se tramou foram sobretudo os que contraíram empréstimos para pagar a habitação; os que o fizeram para consumo próprio de um modo geral foi para despesas que são tão essenciais, como é o caso da habitação. Os donos dos ativos bancários são aqueles que vão beneficiar mais com a distribuição dos dividendos. Até já se diz que os lucros da Caixa Geral de Depósitos dispensam o novo Governo do Orçamento Retificativo para pagar os compromissos assumidos na área da saúde, da educação e das forças de segurança. Diz o Papa Francisco no nº. 181 de Fratelli Tutti: Todos os compromissos decorrentes da doutrina social da Igreja “derivam da caridade que é – como Jesus ensinou – síntese de toda a lei. Isto exige reconhecer que “o amor, cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo, é também civil e político, manifestando-se em todas as ações que procuram construir um mundo melhor”. Por este motivo, o amor expressa-se não só nas relações íntimas e próximas, mas também nas “macrorrelações como relacionamentos sociais, económicos e políticos”.

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