É necessário fazer a descarbonização da economia, se não queremos agravar ainda mais a crise climática que já estamos a viver e que se traduz em fenómenos extremos de chuva, ventos, trovoadas, secas, etc. À custa desta necessidade, mas ainda pouco se fazendo para a mitigar, há quem se aproveite desta ideia, subindo o custo dos combustíveis fósseis e da energia elétrica, dizendo-nos que isso reflete o acerto da descarbonização. Sabemos contudo, que muitos desses custos, mais de metade, são impostos indiretos pagos ao Estado. De facto é preciso reduzir o consumo dos combustíveis fósseis e substituí-los por energia renovável, mas nos carros híbridos continua-se a consumir gasolina, e para os carros elétricos ainda não há infraestruturas preparadas para eles funcionarem eficazmente. Os carros a hidrogénio ainda são incógnita por enquanto. A única coisa que no mundo se está a fazer a favor da descarbonização é a quebra na exploração dos poços de petróleo, no gaz natural, e nas minas de carvão. Prosseguir nessa quebra, sem procurar alternativas limpas e credíveis, pode de facto levar a uma crise energética, que não existe ainda. E por isso não está certo estar a subir o preço dos produtos para encher os cofres do Estado.
No nº. 182 da Laudato Si diz o Papa Francisco “a previsão do impacto ambiental dos empreendimentos e projetos requer processos políticos transparentes e sujeitos a diálogo, enquanto que a corrupção que esconde o verdadeiro impacto ambiental dum projeto em troca de favores, frequentemente leva a acordos ambíguos que fogem ao dever de informar e a um debate profundo”.
Agostinho Dias
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