Jornadas Diocesanas: Alicerces da família devem começar na juventude, diz D. Antonino

José Furtado - 04/02/2016 - 14:30

D. Antonino Dias defendeu uma maior formação dos jovens para os valores da família e do matrimónio.

 

As jornadas terminaram na Sé de Castelo Branco. Foto José Furtado/ Reconquista

O Bispo de Portalegre e Castelo Branco considera que há uma grande dificuldade em manter os jovens no contacto com os valores que estão na base da família. D. Antonino Dias diz que é entre o crisma e o matrimónio – que vai da adolescência à idade adulta – que acontece um abandono dos valores da igreja. Não é por acaso que já anteriormente o prelado tinha classificado o crisma como “o sacramento do adeus”.

“Do crisma ao matrimónio há um abandono e é precisamente quando o jovem precisava de uma experiência mas forte com Jesus Cristo e uma participação mais frequente na igreja”, disse D. Antonino Dias ao Reconquista, à margem das Jornadas Diocesanas da Família, que decorreram no fim-de-semana em Castelo Branco. "Família e Misericórdia – Desafios Atuais" foi o tema escolhido.

Para o Bispo de Portalegre e Castelo Branco a família “não é só importante para a igreja mas também para a humanidade e para a sociedade e não podemos deixar de considerar a família, de a promover e de a proteger”. A visão passa pela união entre homem e mulher e para toda a vida. D. Antonino Dias diz que amor “não é provisório e a família reclama isso”

O bispo recorda que uma das ideias deixadas no ano passado no Sínodo dedicado à família foi a adoção de uma bênção de início e um acompanhamento do noivado. Na opinião do também presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família “há noivos e namorados que chegam ao casamento sem nunca se convidarem mutuamente à oração e assim nunca o vão fazer enquanto família”.

“Se a gente para se formar para qualquer coisa precisa de tantos anos de formação, então a preparação para o matrimónio, que mexe não com uma pessoa só, não implica preparação”, questiona D. Antonino Dias.

As Jornadas Diocesanas da Famílias decorreram ao longo de um dia no auditório da Escola Superior Agrária de Castelo Branco, que encheu com participantes de vários pontos da diocese. A tarde ficou também marcada pelo testemunho de Elsa e Ricardo Eredia, um casal que participou no Encontro Mundial de Famílias que decorreu no ano passado nos Estados Unidos da América, com a participação do Papa Francisco. O próximo está marcado para 2018 em Dublin, na Irlanda.

O programa terminou com uma peregrinação para a Sé de Castelo Branco que recebeu a celebração eucarística jubilar das famílias. A organização definiu ainda um programa paralelo para crianças e jovens a partir dos 4 anos, a cargo da Pastoral Juvenil e da Paróquia de S. Miguel da Sé.