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Leitores: Rezar é viver a espiritualidade

Joaquim P. de Matos - 15/03/2024 - 11:04

O ser humano nas suas convicções religiosas ou não reza em qualquer instante no seu dia a dia.

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O ser humano nas suas convicções religiosas ou não reza em qualquer instante no seu dia a dia.

A oração é uma expressão de amor e a sua grandeza reside no crescimento espiritual de cada pessoa com o ser Divino.

Permite ainda às pessoas, no íntimo de cada uma, transcenderem seus pedidos em ação de graças em muitos momentos sensíveis das suas vidas, de familiares e amigos.

Qualquer oração une o ser humano ao espiritual e era uma prática nos usos e costumes das populações que apesar de não saberem ler e escrever transmitiam-nas de geração em geração.

A Quaresma contém um rico património, em orações, sendo um período de preparação e renovação que antecede a Páscoa e, nesta localidade em meados do século passado, rezavam-se ainda a Encomendação das Almas e os Martírios do Senhor.

orações faziam-se sobretudo ao levantarem-se de manhã, antes e depois das refeições e ao deitarem-se à noite.

Presentemente ainda persistem na memória dos mais idosos e, com o intuito de as preservar, registam-se duas que chegaram até nós, desde o princípio do séc. XIX. que rezavam, à noite, na hora de se deitarem na cama e ao apagarem a luz da candeia de azeite.

Ao deitarem-se:

“Nesta cama me deitei p`ra dormir e descansar. Se a morte vier e não falar, entrego-me ao cravo, entrego à luz e entrego a minha alma ao Menino Jesus.

Menino Jesus escrivão, Deus queira que tenha quinhão na missa como aqueles que lá vão.

E à Virgem Maria que Nossa Senhora me disse que dormisse e descansasse que me guardaria hoje e amanhã p`ra todo o dia.

Adeus mundo, adeus mundo já não te quero nada que me chama Jesus Cristo, tenho que ir fazer uma jornada. Ó que jornada tão triste sem saber para onde ir.

Nossa Senhora me apareça na hora que ei-de partir e o Anjinho da Guarda vai ao meu lado direito. Ó Senhor de sua real presença, perdoa-me todos os meus pecados e deito-me na sua bênção.”

Ao apagar a candeia:

“Apaga-te candeia esfolha-te raminho, entrega a minha alma ao meu bem Divino, com Deus me deito e com Deus me alevante. Nosso Senhor me cubra com o seu Divino manto. Sou bem coberta por essa flor num momento de temor.

Se eu morrer alumiai-me, se eu viver acompanhai-me às onze mil candeias e à Santíssima Trindade.

Rebentem todos os diabos do inferno, batizar e por batizar e por todos que ao pé de nós estiverem.”

Joaquim P. de Matos

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