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Marrocos: Pandemia não deixa albicastrense voltar a casa

Lídia Barata - 14/05/2020 - 11:00

Márcio é um dos portugueses que está retido em Tânger desde fevereiro, devido ao novo corona vírus, pois o dia em que ia regressar para passar mais um período em casa, foi o mesmo em que fecharam as fronteiras.

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Márcio Santos está a chegar ao seu "limite"

“Ele está no limite. E só quer voltar para casa”.

É deste modo que reage a família do albicastrense retido em Marrocos, desde fevereiro, devido à pandemia que assolou o mundo.

O tempo passa e as respostas tardam, sem travar a angústia e adensando a saudade.

Ele chama-se Márcio Santos. Tem 40 anos e é natural de Palvarinho, mas após o matrimónio passou a residir em Alcains, onde a família aumentou, tendo à sua espera também a filha de quatro anos, que segundo os familiares, já começa a acusar também a falta do pai.

Márcio é um dos portugueses que está retido em Tânger, em Marrocos, desde fevereiro, devido ao novo corona vírus, pois o dia em que ia regressar para passar mais um período em casa, foi o mesmo em que fecharam as fronteiras.

Há sete anos que Márcio Santos trabalha naquele país africano, no ramo dos componentes automóveis.

O seu tempo é alternado entre lá e cá, passando entre três semanas a um mês em Marrocos e uma a duas semanas em Portugal, na sua casa, com a mulher e a filha.

Uma casa de que agora tem mais saudades que nunca, até porque não sabe quando poderá voltar.

A família vai-o acompanhando à distância, tentando animá-lo, mas só tiveram noção da real situação e do seu desespero, depois dele ter dado a primeira entrevista, ao Correio da Manhã.

“É certo que ele quer vir para casa, como é óbvio, mas não tínhamos noção de que tem de estar fechado em casa, 24 horas por dia”, contam ao Reconquista.

Márcio Santos explica que “quem não é residente não te autorização para sair de casa sequer, nem mesmo para ir ao supermercado”. Mesmo os residentes “apenas um membro de cada agregado tem autorização para sair”.

Tem, por isso, de ir desafiando a sorte, pois está sozinho em casa e não tem a declaração da polícia que lhe permite sair. Além do recolher obrigatório que vigora naquele território, o facto de ser também a época em que celebram o Ramadão, ainda dificulta mais a circulação de pessoas.

Falar para casa embarga-lhe cada vez mais a voz e já não trava as lágrimas.

Márcio Santos contactou a embaixada, mas da única vez que lhe responderam, por email, foi para dar conta que não havia, para já, forma de os retirarem dali.

Depositou por isso a esperança nas palavras do Primeiro Ministro, António Costa, quando garantiu que iriam ser repatriados todos os portugueses que estivessem na sua situação no estrangeiro.

Márcio Santos é o único albicastrense em Marrocos nesta situação, mas como ele estão mais portugueses.

O apelo que deixa é ao governo português, o governo do seu país e para o qual faz as suas contribuições, como qualquer cidadão no ativo.

O que pede é que os tirem dali, daquele país que conhecem e onde trabalham (para empresas portuguesas), mas onde neste momento se sente “prisioneiro”.

Por cá a família já diligenciou no sentido de esgotar todas as hipóteses de ajuda, incluindo ao presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, que garantiu já ter contactado a embaixada, estando a aguardar uma resposta, que todos esperam sejam o aval que falta para Márcio Santos regressar a casa.

COMENTÁRIOS

Cristina martins
à muito tempo atrás
Ha mais portugueses retidos noutros paises pelo mundo fora. O meu irmao esta na arabia saudita e tambem nao consegue vir!
jmarques
à muito tempo atrás
Quando estão em Portugal têm vergonha de ser portugueses, quando se vêm apertados dizem que Portugal é o melhor país do mundo e acham que o país têm o dever de os ir buscar nem que seja a Marte.