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Opinião: Os barrocais de Castelo Branco

Paulo Moradias - 16/07/2020 - 10:18

Infelizmente o que assistimos este sábado é a metáfora do estado a que o nosso concelho chegou, com a degradação que se arrasta e acentua desde 2013. 

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No passado sábado, como é do conhecimento de todos, ardeu uma parte da infraestrutura, acabada de edificar, do chamado Parque do Barrocal, em Castelo Branco. 
Nos dias que já decorreram, assistimos às mais diversas análises, acusações, desculpabilizações, teorias, sobre o que ali aconteceu. Sem as pôr em causa, parece-me ser o momento para falar não deste “Barrocal”, mas dos muitos “Barrocais” que existem no concelho de Castelo Branco. 
Infelizmente o que assistimos este sábado é a metáfora do estado a que o nosso concelho chegou, com a degradação que se arrasta e acentua desde 2013. 
O Parque do Barrocal é apenas um exemplo. Mas e os outros “Barrocais”? 
Que me dizem do incêndio do antigo Colégio Jesuíta de São Fiel em Agosto de 2017? Como escrevi na altura “o que se passou no Colégio de São Fiel é o resultado de uma crónica da morte anunciada. Um património que ano após ano tinha sido votado ao abandono”. 
Posteriormente, em Abril de 2018, com toda a pompa e circunstancia a Câmara Municipal de Castelo Branco, com a presença da Secretária de Estado do Turismo, da Presidente da CCDRC e do Presidente do Turismo do Centro, apresentaram o projeto “REVIVE”, supostamente para valorizar este tipo de património. 
Passaram 3 anos do incendio e mais de 2 da apresentação do dito projecto e... NADA. 
A zona de lazer da cidade continua votada ao abandono passe as diversas denuncias que já vêm desde 2015, com caminhos degradados, mato a crescer bom para incêndios, uma lagoa que se transforma em ETAR, bebedouros sem água, instalações sanitárias fechadas, etc. 
Os diversos jardins urbanos mal são inaugurados, mudam da cor verde relva para o amarelo palha. E os passeios da cidade que apelam à pratica desportivo porque se encontram parcialmente relvados? 
E a degradação que existe e alastra na que deveria ser uma das mais nobres zonas da cidade, o bairro do Castelo? Usado por parte da autarquia albicastrense como uma bandeira de recuperação do património e atrativo turístico, apresenta uma situação decrépita, tanto em algumas das intervenções realizadas como sejam as muralhas do antigo castelo ou o miradouro, como com a continua deterioração do património edificado. 
E a incúria, o desleixo, direi mais, o crime, da falta de limpeza de muitas estradas municipais do nosso concelho, onde o “mato” obriga as viaturas a circular quase no centro da faixa de rodagem. 
Na EN 112, por exemplo, Salgueiro do Campo / Almaceda, a autarquia estará á espera que seja o Sr. Incêndio a fazer o seu trabalho de limpeza, como aconteceu em 2017? 
Onde está o tão afamado “turismo de natureza”, com rotas e percursos pedestres pelas aldeias, pela Serra da Gardunha, pelo Ponsul ou pelas margens do Tejo Internacional? Os percursos pedestres da aldeia de xisto de Martim Branco, devem ter visto a ultima manutenção no dia da sua inauguração. Trilhos intransponíveis tal o mato que cresceu, sinalética e painéis de interpretação apodrecidos. 
E o rio Ponsul, que deveria ser uma zona de excelência para diversas actividades de lazer, em certos dias, em particular a montante da ponte para Monforte/Malpica, ganha todas as cores do arco iris menos as que deverão existir num leito de águas límpidas. 
Nem os equipamentos municipais escapam como as instalações dos serviços técnicos subterrâneas da Camara Municipal, onde chove como na rua? Ou o parque de estacionamento da Devesa, que vai fechando por falta de condições de segurança. 
Lamentavelmente, esta é uma amostra de um cenário com muitos outros “Barrocais” que o leitor aqui poderia acrescentar. 
O desleixo, a falta de capacidade ou vontade, são vários dos adjetivos com que podemos caracterizar a gestão socialista da Câmara Municipal de Castelo Branco, em particular nos últimos 7 anos, espalhando e semeando “Barrocais” por todo a região. 
O problema não é apenas o Parque do Barrocal, mas os muitos “Barrocais” que existem no concelho de Castelo Branco. 

 

COMENTÁRIOS

jmarques
à muito tempo atrás
EN 112, do Entroncamento de Almaceda (Portela da Lameira), até ao limite do concelho, com o de Oleiros (Fontes Cimeiras), ainda são mais de 5 Km.
Quanto à questão principal, que são os barrocais, o sr. presidente tem andado demasiado ocupado com outros assuntos, para se preocupar com " minudências".