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Ordem dos Médicos: “Desvalorizar declarações é uma irresponsabilidade”

Reconquista - 18/08/2022 - 8:00

Carlos Cortes, presidente da SRCOM, diz que “estamos perante uma realidade desoladora das urgências nos hospitais da região Centro”.

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Carlos Cortes manifesta a sua preocupação sobre esta situação

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos do Centro (SRCOM) destaca ter recebido, desde 2018, 902 declarações de responsabilidade de médicos, assumindo sempre o dever ético de cuidar dos seus doentes.

O presidente da SRCOM, enaltece a “capacidade dos médicos em salvaguardar os cuidados de saúde à população mesmo enfrentando a penúria na resposta às necessidades dos doentes”, quando “as condições dos cuidados de saúde nos hospitais e centros de saúde da região Centro continuam a motivar o envio de declarações de responsabilidade para a Ordem dos Médicos, como forma de alerta para os graves problemas que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem atravessado e que, nesta altura, têm tido maior impacto público”.

De acordo com os dados disponibilizados pela SRCOM, este ano foram recebidas 233 declarações de responsabilidade, 94 por cento das quais de médicos no serviço de Urgência. “Desvalorizar estas declarações de responsabilidade é uma irresponsabilidade” critica Carlos Cortes, justificando que “estamos perante uma realidade desoladora das urgências nos hospitais da região Centro”.

Este responsável tem vindo a alertar para a escassez de recursos destas unidades do SNS, porque “não podemos omitir a coragem de quem continua a cuidar e a tratar dos doentes apesar de todas as dificuldades que são reportadas nesses documentos”. E sublinha que “não são apenas (e já é muito grave) queixas dos especialistas em Ginecologia/Obstetrícia. São de um conjunto vasto de médicos especialistas, que estão em sofrimento ético e frequentemente em exaustão”.

Carlos Cortes apela “a uma intervenção do Ministério da Saúde para fazer face à penúria de recursos, quer humanos, quer técnicos quer de equipamentos. Na Saúde, ou noutras áreas de atividade, defender o silêncio nunca é a melhor forma de melhorar e desenvolver o País. Os médicos têm de continuar a contribuir e relatar as dificuldades que testemunham. Desvalorizar as declarações de responsabilidade, um meio de expressão cívico e de liberdade, é desvalorizar também o SNS e o esforço que todos desenvolvem para valorizar”.

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