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Idosos sofrem em Portugal

Abílio de Jesus Chaves - 05/05/2016 - 9:57

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Por nos dizer respeito a todos, comenta-se a notícia vinculada pelos  Órgãos  de  Comunicação Social  de que em Loulé,  uma cidade implantada  nos  radiosos campos algarvios, havia  um lar  privado, que continha 13 idosos  circundados por 24 cães  num  espaço relativamente exíguo. 
A mesma notícia avançava que o referido lar, já tinha recebido ordem para fechar por não reunir as condições de funcionamento indispensáveis há mais de dois anos.  Mais acrescentava a notícia, que os respectivos proprietários iam se julgados por desobediência. No caso presente bem merecido. 
Porém, o funcionário público que mandou encerrar o lar, não está isento de culpa, pois, devia ter-se certificado do cumprimento da ordem, o que não aconteceu. 
Os proprietários do lar julgo  eu, deviam ser julgados também por atentado contra a saúde pública: como se sabe, dos cães emana  uma grande amizade  pelos humanos, mas isso não invalida o facto de serem grandes transmissores de doenças, refere-se apenas uma: um parasita de nome “Toxocara” que se desenvolve nos intestinos dos referidos animais quando infectados, põe ovos em grande quantidade, que depois são expelidos para o meio ambiente através das fezes,  perduram  activos por um período de 6 meses. 
Para  as  mulheres   grávidas,  são  extremamente  perigosos  por  poderem  dar  origem  a  que  os  bebés  nasçam cegos. 
Para as outras pessoas, se não forem tratadas podem causar a morte. É preciso pensar bem quando se têm cães dentro de casa. 
Outros factores há a considerar: a patética e inquietante situação criada com os idosos, nenhum dos seus familiares viu a sua promiscuidade com os animais, o mais certo, era nem sequer os irem visitar, ou talvez, receosos de levantar o  problema   não lhes fossem cair em casa. É assim neste país, tudo se resolve em tom sereno e calmo para não quebrar o fascínio das coisas boas que nos rodeiam. 
Da parte do poder político, a situação é triste por não haver inspecções com regularidade em lares e em outras instituições, sem descurar restaurantes, pensões, hotéis, talhos, etc. 
Anda por aí muita gente a varrer o toucinho para baixo do tapete, daí, surgirem com frequência intoxicações e infecções em escolas, hospitais e outros locais públicos, naturalmente, por falta de higiene e produtos alimentares deteriorados. Um espelho com reflexos doridos.
No Algarve há muitos estrangeiros a viver, ou de férias e, eles certamente, estão atentos a estes factores negativos e lastimosos que os divulgam no seu país e que podem afectar o  nosso comércio de alimentos.
A sombria situação dos treze idosos abandonados pelos seus familiares, esquecidos pelo governante e maltratados pelos proprietários do lar que os misturaram com os cães é de uma insensibilidade clamorosa. Não é caso único, em Lisboa a situação não é mais harmoniosa. 
A televisão mostrou um lar de idosos acamados, uns, atravessados na cama, outros, caídos  no   chão e  todos  desembrulhados  etc. 
Os  valores  não  se  impõem,  cultivam-se.  Os idosos confrontados com tanta falta de solidariedade e desiludidos com esta verdade turva e tortuosa só lhes resta continuar mergulhados na sua solidão e infinita amargura. 
Para além da obstinada e inexaurível exploração económica de que são vitimas. 
Será que as pensões que recebem são suscitadoras de inveja? Será o prelúdio de uma crise social grave e desumana? A verdade é que logo que foi levantado o problema da Eutanásia no Parlamento, surgiu de imediato uma relação de 100 assinaturas a dar-lhe cobertura e força por gente que pouco mais faz que por o pão caro. 
A Eutanásia, suporte para o assassinato de acamados, começa a pedido do doente terminal, é o que se alega agora, depois por disposição do médico, a seguir por falta de cumprimento da prescrição dos medicamentos pelo enfermeiro, por fim, por determinação de um familiar. 
Concepção mais despótica não há. Se é certo que a situação dos lares de idosos de Loulé e Lisboa nos deixam tristes, outras acções há que nos consolam, por baseadas na ciência dos costumes, da virtude, do dever e do bem. 
Esta referência é consubstanciada pelo facto de Maria José (Marizé) da povoação de Zebreira ter comemorado 100 anos de vida com todos os componentes da sua árvore genealógica, notícia publicada neste jornal. 
Como muito bem a conheço, os meus parabéns pelo feliz aniversário.        

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