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Pais em tempos de crises : Censos 21 alguns números sobre as famílias em Portugal

Mário Silva Freire - 28/04/2022 - 9:24

O Instituto Nacional de Estatística, através dos Censos 21, vieram disponibilizar dados quantitativos sobre uma realidade que há muito se conhecia: que a estrutura da família em Portugal continua a reconfigurar-se no sentido de sermos cada vez menos e de estarmos cada vez mais sozinhos, com mais separações. 
Assim, existem 10 344 802 habitantes em Portugal, menos 2,1 % que há dez anos. A população feminina é de 5 423 632 pessoas, enquanto a masculina é de 4 921 170. “A relação de masculinidade é de 90,7 homens por 100 mulheres, reflectindo um maior desequilíbrio entre os volumes populacionais dos dois sexos, comparativamente com 2011, ano em que esta relação era de 91,5 para 100”, lê-se na apresentação dos resultados provisórios dos Censos 2021.
Temos uma população maioritariamente solteira: 43,4%. Os casados apresentam-se com um valor de 41,1 % e os divorciados, com mais 2% que em 2011, totalizam o valor de 8 %, ultrapassando o dos viúvos, com um valor de 7,5 %. Portugal tem pela primeira vez mais pessoas divorciadas do que viúvas.
Relativamente a 2021, as estatísticas indicam que o número de nascimentos em Portugal entre Janeiro e Outubro foi de 65 596, menos 5965 bebés do que em igual período de 2020, que já tinha registado menos 7207 em relação ao ano anterior.  
Há mais homens solteiros do que mulheres solteiras e, em média, eles casam mais tarde, com 34,9 anos e elas aos 33,4. Na viuvez a tendência inverte-se: as viúvas representam 11,7% dos residentes enquanto os viúvos são 3%.
Os Censos indicam, ainda, que nos últimos dez anos aumentou o número de agregados domésticos, embora tenham diminuído em dimensão. Concretizando: em 2021, a dimensão média dos agregados domésticos era de 2,5 pessoas por lar, um terço dos quais era composto por apenas dois elementos. A média em 2011 era de 2,6 pessoas. As regiões autónomas dos Açores e da Madeira têm famílias maiores que no Continente, 2,8 e 2,6 pessoas por agregado, respectivamente. 
Verificou-se também um menor número de recasamentos no sexo feminino, de modo que as mulheres ganharam uma maior centralidade nas famílias monoparentais.
Dado relevante foi o de os agregados de uma pessoa representarem 24,8%, tendo o seu número aumentado 18,6% na última década. Além disso, os agregados com quatro pessoas representaram 14,7% das famílias e os de cinco apenas 5,6%, quando, em 2011, significavam 16,6% e 6,5%, respectivamente.
Estes dados são preocupantes, a vários níveis, e eles deviam obrigar os governantes, dos poderes central ao autárquico, em colaboração com as organizações da sociedade civil, a pensar e a levar para o terreno políticas concretas que façam face aos problemas que aqueles números levantam. 
freiremr98@gmail.com
                                               

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