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Pais em tempos de crises. Jogos de crianças destinados a adultos, vistos por crianças

Mário Silva Freire - 06/01/2022 - 10:05

A série sul-coreana “Squid Game”, lançada pela Netflix, em 48 horas entrou no top 10 de programas do mundo, segundo a revista Forbes. Ela tem sido a série mais vista em 90 países de todo o mundo, incluindo Portugal e os diferentes países da Europa, Estados Unidos da América, Argentina, Brasil, Chile, Japão, México, Canadá, Qatar ou Uruguai.
Trata-se de uma série dramática de suspense, sangrenta, onde centenas de jogadores sem dinheiro aceitam competir em jogos com apostas altas e mortais, em troca de prémios muito avultados, na ordem dos milhões de euros. O estranho da série é que os jogadores entram em jogos infantis. São pessoas de vários níveis sociais, mas todos elas precisam desesperadamente de dinheiro. Para as ajudar, uma organização misteriosa criou uma competição onde o grupo deve participar em jogos tradicionais da Coreia do Sul. Apesar de se tratar de jogos infantis, a série é marcada por uma grande violência e quem perder, morre.
O sucesso da série sul-coreana “Squid Game” está a deixar as autoridades de vários países em alerta, incluindo Portugal, devido a relatos de que há crianças a simular a violência da série nas escolas. Em Espanha, por exemplo, o jornal “El Mundo” conta que já houve escolas que se viram forçadas a enviar circulares aos pais, lembrando que crianças do ensino primário não devem ver séries classificadas para maiores de 16 anos. Em Inglaterra, por sua vez, de acordo com a BBC, várias escolas inglesas estão a enviar cartas aos pais dos alunos mais novos aconselhando-os a assegurar-se de que as definições de controlo parental da Netflix estão activadas, uma vez que há relatos, por todo o país, de crianças a recriar cenas da série. A BBC dá conta até de uma situação envolvendo crianças com cerca de seis anos. 
No caso português, a GNR veio assegurar que está muito atenta ao fenómeno “Squid Game” e aos efeitos que a série televisiva sul-coreana está a ter nos mais novos, sublinhando que vai continuar a reforçar os conselhos junto da comunidade escolar.
A vigilância, ainda que discreta dos pais, sobre aquilo que as suas crianças vêem na internet, já abordada nesta coluna, é tema que deve merecer a sua atenção. O pior é quando certos filmes, destinado a adultos, são presenciados pelos pais na presença dos seus filhos, ainda crianças, sem que da parte daqueles haja, pelo menos, alguma explicação que minore o impacto desses filmes! 

freiremr98@gmail.com

 

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