Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Pais em tempos de crises: Pai ou mãe contraria a decisão do outro

Mário Freire - 10/03/2016 - 10:30

Quantas vezes vemos uma criança ou adolescente dirigir-se sempre ou ao pai ou à mãe para solicitar a satisfação de um desejo ou pretensão, pois sabe que o outro é mais renitente nessa mesma satisfação! Isto acontece porque um dos pais é mais transigente que o outro, que lhe permite fazer coisas que outro lhe nega.

Ainda que uma decisão não seja unânime entre ambos, diante dos filhos seria vantajoso ela apresentar-se como de consenso. Esta posição conjunta dos pais se, por um lado, lhes reforça a autoridade, por outro, contribui para um maior sentimento de segurança dos filhos. Se essa posição não tiver sido falada previamente entre os pais e, fora da presença dos filhos, merecer ser alterada, então a nova posição seria manifestada por ambos os pais. Mas que sejam dados os motivos por que se mudou de opinião, sem que haja referência ao progenitor que alterou a sua opinião.

Há decisões que, pela sua trivialidade ou de reduzida importância, um dos pais estaria em condições de satisfazer (ou não) o que é solicitado, não se esperando que o outro tivesse opinião contrária. Outras há, porém, que, interferindo na rotina da vida doméstica ou representando um salto qualitativo na assunção da autonomia dos filhos, deveriam merecer da parte dos pais quer uma conversa prévia entre si, quer entre estes e os filhos. Poderiam exemplificar-se situações deste tipo como a de dormir fora de casa, estabelecer uma hora à noite, de regresso a casa, em fim-de-semana, planear umas férias… Não há que decidir imediatamente; os pais têm que ter tempo para reflectir em conjunto. Se houver necessidade de uma decisão imediata, um telefonema para o outro cônjuge poderia tornar mais célere a decisão e garantir a sua co-responsabilidade.

Uma coisa, porém, os filhos teriam que interiorizar: há regras que têm que ser cumpridas, nalgumas das quais, de acordo com as suas idades, eles poderiam participar. Os pais, não se furtando a essa participação, terão que ser, em conjunto, os suportes dos seus filhos.

COMENTÁRIOS