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Pais em Tempos de Crises: Ser mulher, ser homem, a escola e a ideologia de género

Mário Silva Freire - 09/12/2021 - 9:27

A propósito de temas fracturantes, tão do gosto de certos movimentos que se dizem de vanguarda, relembro o que em 2018 se passou numa escola pública do Porto sobre um desses temas: a ideologia de género.
Assim, num inquérito sociodemográfico, dado na disciplina de “Educação para a Cidadania”, feito a alunos do 5º ano de escolaridade, duas das perguntas nele contidas geraram grande polémica. No centro delas estava uma relativa ao “sexo/identidade de género” e tinha como possibilidades de resposta “homem, mulher ou outro”. Uma outra questão solicitava às crianças que dissessem por quem se sentiam “atraídas”: “homens, mulheres ou ambos”. 
Ora, Alberto Veronesi, professor e colunista de educação dos jornais “Público” e “Observador”, afirma neste último periódico, em 9 de Julho do presente ano, que “o género masculino e feminino só existe na gramática, o sapato é do género masculino, a cadeira é do género feminino. Na biologia não; na biologia temos sexo – machos e fêmeas. Quando um menino pensa como menina e uma menina pensa como um menino, isso não muda o seu sexo, esse transtorno já está no Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana.” E, mais adiante, diz que “tornar as escolas laboratórios de experiências duvidosas com resultados desconhecidos é demasiado perigoso; estamos perante os futuros adultos deste país. As crianças não podem ser cobaias ideológicas!”
Homens e mulheres têm características biológicas bem distintas, responsáveis por diferentes preferências, aparências e comportamentos. No entanto, estas diferenças têm que ser assumidas e acarinhadas pelo Poder e traduzirem-se através de políticas específicas que incentivem a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no acesso ao trabalho e que não ponham em causa nem a progressão na carreira nem a equidade salarial destas. Há ainda aspectos muitos específicos no que respeita à condição de se ser mulher (gravidez, parto…) que, nessas políticas, poderiam, até, ser discriminadas positivamente. 
Ora, a ideologia de género pouco parece preocupar-se com este tipo de políticas. Ela defende que a identidade sexual dos seres humanos não depende da biologia, da natureza, mas sim de factores culturais, podendo ser moldada pela educação. Segundo aquela ideologia, cada pessoa é aquilo que pensa ser e não o que a biologia afirma, independentemente do tipo hormonas que produza. 
O Estado não tem que propor aos pais a ideologia que melhor se adequa aos filhos. Isso é tarefa das famílias. O que ele tem que proporcionar e incentivar, a partir da escola, e disso dar o exemplo, são as iguais oportunidades para todos, sejam eles homens ou mulheres. E isso poderia ser um tópico de relevo a considerar na disciplina lectiva atrás citada. 
freiremr98@gmail.com

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