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Pais em tempos de crises. Um estudo sobre os jovens: A importância do nível de escolaridade

Mário Silva Freire - 23/12/2021 - 9:28

Saiu no passado mês de Novembro um estudo exaustivo, da responsabilidade da Fundação Francisco Manuel dos Santos, intitulado de “Os jovens em Portugal, hoje - Quem são, que hábitos têm, o que pensam e o que sentem”. O estudo tem como população-alvo as pessoas dos 15-34 anos, cerca de 2,2 milhões de jovens, numa amostra que abrangeu todas as regiões de Portugal (Continente e Ilhas), num total de 4.904 indivíduos, 50% para cada sexo. O estudo comporta diferentes vertentes e cada uma delas, só por si, originaria múltiplos comentários. Centrar-me-ia, apenas, na importância do nível de escolaridade, no que se refere quer ao mercado de trabalho, quer às relações de casal, quer à felicidade em geral.
Assim, quanto aos jovens que já finalizaram os estudos e têm trabalho pago: são 54 % entre os que completaram até ao básico, 65 % entre os que completaram até ao ensino secundário ou pós-secundário e 80 % entre os que completaram o ensino superior. Além disso, quanto ao grau de realização com o seu trabalho pago, quanto mais estudos, mais os jovens se sentem realizados com o trabalho que desempenham.
Outro aspecto considerado no estudo foi a relação entre as relações entre o homem e a mulher que vivem como marido/esposa ou companheiro/a. Verificou-se que quanto maior for o nível de escolaridade, maior a proporção dos que antes de irem viver juntos falaram sobre como iam partilhar as despesas comuns e da casa, as tarefas domésticas e também a educação e o cuidado dos filhos, se um dia os tiverem. Este ponto parece particularmente importante, uma vez que muitas das separações que têm lugar se devem a situações decorrentes do modo como funciona o casal, relativamente àquelas circunstâncias. 
Mais se diz, ainda, no estudo, que tanto entre as mulheres jovens que vivem com um homem como entre os homens jovens que vivem com uma mulher, os que se sentem satisfeitos ou muito satisfeitos com a relação com o/a companheiro/a é maior entre aqueles que completaram o ensino superior.
Aspecto interessante a considerar foi o de, entre os jovens que já tiveram pelo menos uma relação amorosa, a proporção dos que alguma vez foram infiéis diminui de 13 % entre os que completaram até ao ensino básico para 9 % entre os que completaram o superior.
De uma maneira geral, pôde concluir-se que o nível de escolaridade contribui tanto para aumentar o número dos jovens que se sentem felizes ou muito felizes com a vida como para reduzir os que se sentem infelizes com ela. Traduzindo estas palavras em números obtidos no estudo: enquanto os jovens com um nível de escolaridade inferior, 36 % se sentem pouco felizes com a vida, entre os que finalizaram o ensino superior, os pouco felizes com a vida diminuem 8 pontos, situando-se em 28 %. Este estudo tem o mérito, que mais não fosse, de pôr em evidência a importância do nível de escolaridade por parte dos jovens. E esta evidência traduz-se quer para os jovens não desistirem dos seus estudos e tentarem prossegui-los o mais que puderem, quer para os pais, incentivando os filhos nos seus trabalhos escolares, proporcionando-lhes as melhores condições realizáveis, a fim de eles poderem alcançar o maior nível de escolaridade possível.
freiremr98@gmail.com

 

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