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Proença-a-Nova: Congresso debate qualidade de vida dos idosos

Reconquista - 03/12/2021 - 13:00

O aumento da esperança de vida e a consequente longevidade das pessoas, está a colocar um conjunto de desafios à sociedade, pois “só evitamos o envelhecimento morrendo jovens”.

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A abertura foi feita pelo padre Lino Maia

O aumento da esperança de vida e a consequente longevidade das pessoas, está a colocar um conjunto de desafios à sociedade, pois “só evitamos o envelhecimento morrendo jovens”. Esta reflexão foi feita pelo padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social, na abertura do Congresso Internacional de Animação Sociocultural, Geriatria, Gerontologia e os Novos Paradigmas do Envelhecimento, que decorreu em Proença-a-Nova dias 25, 26 e 27 de novembro. “O grande desafio que se põe é envelhecer com dignidade, mas o aumento da esperança de vida não tem sido acompanhada pelo da qualidade de vida dos mais velhos. De acordo com dados do INE de 2017 mantém-se o agravamento do envelhecimento demográfico em Portugal que só tenderá a estabilizar daqui a cerca de 40 anos, quando o número de idosos passará dos atuais dois milhões e 100 mil para dois milhões e 800 mil”, apontou este responsável.

Reiterou que existem lacunas na preparação para a longevidade, especialmente ao nível do estado de saúde dos idosos (mais vulneráveis ao surgimento de doenças crónicas) e à sua participação na vida social (com uma tendência para diminuir). “Para responder aos desafios da longevidade é necessário adaptar os instrumentos à população, respondendo às suas necessidades de acordo com as suas características e contexto onde a pessoa idosa se encontra inserida”, afirmou Lino Maia, explicando que no desenvolvimento de cuidados sociais e de saúde de qualidade (bem-estar físico, mental, emocional e social) deverão ser privilegiados os cuidados domiciliários que permitam a permanência da pessoa idosa no seu contexto de vida e familiar e só depois os cuidados residenciais. Com a figura do cuidador informal regulamentada, também é necessário pensar no cuidado destes cuidadores, para aliviar a sua carga.

João Lobo, presidente do Município de Proença-a-Nova, considera que é fundamental aliar à temática dos cuidados à pessoa idosa a questão da tecnologia e da inteligência artificial, que pode potenciar que os idosos permaneçam por mais tempo no seu contexto familiar. Isto porque, “muitas vezes, a institucionalização não tem em conta os diferentes níveis de autonomia dos idosos, misturando-se pessoas com e sem demências, por exemplo. Nesse sentido, o percurso a realizar será sempre o de valorizar o idoso e todo o seu potencial de conhecimento, dos olhos que já viveram mais e conhecem mais. “Conhece mais porque já fez muito mais caminho e, portanto, essa condição de ter conhecimento elencado não se pode perder e é exatamente nestas faixas etárias que temos que aproveitar o melhor que existe, que é a memória e conhecimento para partilhar”, reiterou o autarca, que também defende que a prestação de cuidados de saúde diferenciados pode ser uma aposta de futuro em territórios de baixa densidade, pois são “os que estão mais bem preparados para acolher aqueles que tenham condições de viver fisicamente e cognitivamente com qualidade”.

Organizado pela Associação Intervenção, o Município e o CLDS-4G “Enraizar” - cofinanciado pelo POISE, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Social Europeu, o Congresso contou com mais de 30 oradores, estando algumas intervenções disponíveis no canal YouTube da autarquia.

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