Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Retratos: Castelo

JC - 07/10/2021 - 9:32

Jeremias, presidente da Brigada do Reumático, nem queria acreditar no que viu nas muralhas do castelo do Burgo. As tarjas a assinalar os 250 anos de maioridade da Villa que abraçam o torreão principal do imóvel foi colocada com o recurso a furos nas pedras do monumento. -“Se não visse não acreditava. Quando, em tempos, tive que pintar a fachada da minha casa de branco, a mesma cor que sempre teve, foram necessárias autorizações disto e daquilo, porque se estava a intervir na zona histórica. Agora, para colocar uma tarja furam-se as paredes da muralha como se fosse um qualquer espaço”, disse.
-“É como se tudo fosse normal. Pois se há quem vá para lá destruir as placas informativas, o Condado decidiu seguir o exemplo e fazer algo de grande, furando as pedras seculares, cravando-lhes estruturas metálicas para suster o peso da dita tarja”, referia Godofredo, secretário geral da BR, que na passada terça-feira assinalou o dia da República com um brinde aos professores.
-“É assim quando se comemora a história, mas não se tem em conta a própria história, nem se conhece a mesma, acontecem situações assim”, acrescentou Evaristo, presidente do Conselho Fiscal da BR.
-“Eu acho que é mais do género ponham lá a tarja, que aquilo fica giro e tem impacto. Nem se preocuparam em fazer um projeto sobre como poderia ser colocada. Olharam para a instalação como se fossem ‘outdoors’ publicitários: Liguem lá ao senhor que faz as placas e  ele que lá vá colocá-las. E assim se cumpriram as ordens. Tarja colocada, muralha furada, serviço completo”, adiantou Jeremias.
-“Esse é que é o problema… e nas ruas já comentam que com tanto o que é necessário, a aposta foi feita, há alguns meses, na dita tarja que protege as pedras dos raios solares. E esse é o intuito da medida: proteger o castelo medieval”, reforçou Godofredo.
-“Pois, talvez por isso, pela primeira vez na história, o Condado em funções não autorizou as comemorações do Foral do Burgo naquele espaço… ao que parece a organização não tinha previsto fazer furos na dita muralha. Um pecado mortal que impediu que o acampamento templário e uma recriação histórica fossem feitos para toda a população naquele espaço que é de todos…”, concluiu Jeremias, ainda confuso com tamanha medida…
JC

 

COMENTÁRIOS