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Retratos: Atenção com tensão

JC - 30/11/2023 - 10:57

Jeremias, presidente da Brigada do Reumático, abriu oficialmente a época do bacalhau. -“Tenho a agenda quase cheia. Noutros tempos, por altura das favas, lá em casa tínhamos a chamada favite, devido ao excesso de azoto que as ditas deixavam no organismo. No mês de dezembro o problema é a bacoalhite aguda, devido ao consumo em excesso de bacalhau”, explicava o líder da BR, durante a reunião preparatória da ceia de Natal da Brigada.
-“É um problema que nós temos que ter em conta. O excesso de sal pode subir-nos a atenção”, referia Juvenal, sócio da Brigada vai para 20 anos.
-“Não faz subir a atenção, mas sim a tensão arterial”, esclareceu Godofredo, secretário-geral da Brigada, com toda a propriedade de quem toma medicamentos para o equilíbrio da coisa.
-“Desculpa, aumenta a atenção! Temos que estar atentos às falsas e interesseiras simpatias que nesta época do ano ganham corpo à mesa, com uma boa bacalhoada. Aquilo são sorrisos e abraços, quando na verdade nem sempre é assim!”, esclareceu Juvenal, que nos seus tempos de juventude viveu a revolução de abril na escola.
-“Nessa perspetiva tens razão. Concluímos, então, que o bacalhau aumenta a atenção e a tensão. Talvez seja a altura indicada para esclarecermos os nossos associados das medidas protetoras para esse fenómeno”, respondeu Godofredo.
-“É uma boa ideia, vamos preparar um documento para distribuir na nossa ceia natalícia”, disse Jeremias.
-“Conselhos de como recusar uma boa comezaina, como abordar falsos convites, como ignorar os interesses alheios e usufruir da refeição, como manter o sorriso sem ser desagradável, como perceber a falsidade das palavras e das promessas, etc”, são aspetos que devemos valorizar e que até deveriam ser enviados aos líderes dos condados da Área Metropolitana do Burgo, propôs Evaristo, presidente do Conselho Fiscal da BR.
-“A esses e aos que com eles desfrutam de uma boa bacalhoada”, reforçou Jeremias, para quem num jantar ou almoço de Natal todo o cuidado é pouco.
-“E depois ainda temos as espinhas. E não é nada agradável ficar com uma de bacalhau presa na garganta. São das que mais moem, pois por vezes é melhor calar que responder”, adiantou Evaristo.
-“Por isso, é preciso muita atenção e também ter cuidado com a tensão”, concluiu Juvenal, enquanto fazia a sua inscrição para o jantar da Brigada do Reumático na esperança de não haver espinhas nem falsidades…
JC

 

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