A noite de domingo levou a que muitos burguenses estivessem atentos ao desenrolar dos resultados eleitorais. Jeremias, presidente da Brigada do Reumático, não se lembra de uma indefinição tão grande. - “O Roseiral acabou por sair vencedor, quando estando como partido na liderança do Condado, estava na prática na oposição, uma vez que todos os seus eleitos, menos um, se tinham passado para a candidatura do movimento Infinito”, explicou o líder da BR.
- “Foi um mano a mano à moda antiga. No final venceu quem os burguenses escolheram. E nas contas da liderança, o Laranjal, que elegeu um elemento apenas, acaba por ter um papel determinante, na viabilidade das medidas a adotar”, disse Godofredo, secretário geral da BR.
- “Será o fiel da balança”, acrescentou Evaristo, presidente do Conselho Fiscal da Brigada do Reumático.
A conversa decorria numa das esplanadas das Docas, na manhã seguinte ao ato eleitoral. Hermano, 76 anos, feitos e criados no bairro do castelo, espera que agora o Burgo possa ter uma vida normal. - “Não vai ser fácil. Mas o nosso Condado tem que continuar em frente, sem polémicas e com determinação”, diz , enquanto aguarda pela recuperação da zona histórica da Villa.
- “Lá isso é verdade!”, disse Josefina, esposa de Hermano com bodas de ouro assinaladas, que há 40 anos foi pessoa ativa nos Vermelhistas. - “Infelizmente quase desaparecemos, nem na Assembleia do Condado estamos, o que acontece pela primeira vez. Vai ser uma voz que fará falta. Mas a campanha foi inexistente”, lamentou.
- “Nem os Lôquistas elegeram ninguém. Em contrapartida, o Basta colocou dois deputados na Assembleia”, esclareceu Jeremias, que olha para o futuro com esperança, mas também com alguma apreensão, com receio que os interesses do Burgo possam ser substituídos por outros com agendas próprias.
- “É a política, é a política…”, retorquiu Godofredo.
- “… E não só…”, concluiu Evaristo.
JC
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