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Retratos: Vizinha

JC - 05/01/2017 - 9:42


Jeremias conseguiu ultrapassar a arreliadora dor no dedo grande do pé, resultante do ácido úrico, também chamada doença do convívio, ou simplesmente gota, e acabou por passar o ano como quis. -”Ainda tive tempo de ir às Dokas ver o fogo de artifício! Foi a noite mais fria do ano. É o que eu posso dizer, mas o calor humano era tanto que a coisa passou-se e entrámos em 2017 da melhor maneira possível, com a família e os amigos, com o espumante sem álcool que os meus netos também beberam e as 12 passas da praxe”, explicou o presidente da Brigada do Reumático.
-”Desta vez o fogo de artifício até durou mais tempo. E como não havia nevoeiro pudemos ver o foguetório como deve ser, na companhia de milhares de pessoas que também acorreram às Dokas do Burgo para participarem numa festa que durou até de manhã”, acrescentou Godofredo, secretário geral da BR, que tal como Jeremias também foi à dita praça.
-”Mas o pior estava para vir. A vizinha de cima lembrou-se de aspirar a casa às 9 da manhã. O que no dia 1 de janeiro significa de madrugada. Foi doloroso. Por um lado tentava dormir, por outro só ouvia o maldito aparelho com asma aguda a inspirar pó e sabe-se lá o quê. Era cá um assobio!”, disse Jeremias, lamentando ter acordado no primeiro de janeiro com tanta dor de cabeça.
-”Então andaste rabugento o dia todo?!”, ironizou Godofredo, que conhece como ninguém o seu camarada e companheiro de luta.
-”Não foi fácil. Ainda tive para subir as escadinhas e agradecer à minha vizinha. Mas pensei melhor e na próxima reunião de condomínio vou propor que seja votada a proibição de aspirar a casa ou fazer outro tipo de barulhos na manhã do dia 1 de janeiro de cada ano”, respondeu Jeremias, enquanto desejava um bom ano a todos quantos ainda têm paciência para ler o Retratos, as histórias do Burgo e da Brigada do Reumático, bem como à vizinha do andar de cima...

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