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Roteiro das artes: Farol dos Ventos traz cor ao interior

Reconquista - 09/07/2020 - 8:00

Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã vão contar com obras de arte únicas, instaladas num contexto de revitalização destes territórios que foram dos mais fustigados pelos incêndios.

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Obra destaca-se na "Buraca da Moura"

“Farol dos Ventos” é o nome da primeira obra de arte a ser instalada no âmbito do roteiro de obras de arte da Cortiçada Art Fest – Festival de Experiências Artísticas na Paisagem, uma iniciativa dos municípios de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, produzido em colaboração com o escritório de arquitetura MAG - Marques de Aguiar (Marta Aguiar e Mariana Costa, com Sofia Marques de Aguiar) e que será inaugurada a 1 de agosto.

Em comunicado, a organização explica que “o local escolhido é o lugar da Buraca da Moura, na Serra das Talhadas, que, entre a meseta e as terras baixas do sul, define o enquadramento paisagístico de Proença-a-Nova”.

Esta obra de arte única visa “homenagear a interioridade e dar uma nova vida à região”. A ideia surgiu na sequência dos contactos com a população local. “Nas aldeias próximas das Talhadas, em Chão Galego, Montes da Senhora ou em Sobral Fernando, em conversa com os habitantes, surge sempre o tema da montanha, como limite, como obstáculo, mas também associada à lenda da Buraca da Moura, sobre uma moura com cabelos compridos que conseguia passar através da montanha, que assim deixava de ser um elemento inultrapassável”, conta Marta Marques de Aguiar, responsável pela iniciativa.

Por um lado, “a montanha é o obstáculo, a dificuldade e mesmo o medo. Mas é também a referência dos limites do território, o lugar para o seu entendimento, e sobretudo, um lugar de atracção - de subir, de atravessar, de alcançar”, acrescentando que “este é o ponto de partida da aproximação às Talhadas na obra Farol dos Ventos”. Obra que pretende “assinalar algo que já aconteceu e que vai acontecer, como quando se alcança o cimo da montanha convidando à contemplação da paisagem”.

O Farol dos Ventos “é executada em cabos náuticos coloridos, que variam progressivamente entre o vermelho, o laranja e o amarelo, aproximando-se de uma superfície parabólica no topo sudoeste do maciço rochoso, maioritariamente em quartzito, da Buraca da Moura, na Serra das Talhadas. Os limites dos cabos (e limites da obra) destacam as saliências e reentrâncias rochosas; a modelação e a rotação sequencial dos cabos e das suas cores permitem criar uma ilusão de movimento de algo que vai acontecer, como uma ave que começa a levantar voo, que não se impõe mas que se revela quando procurado, como quando se alcança o cimo da montanha”.

O Roteiro das Artes de Proença-a-Nova, “tem início na vila e convida a trilhar o concelho, traduzindo os elementos que marcam o território e que potenciam a sua atratividade, ao mesmo tempo que o promovem, apelando aos nossos sentidos”, afirma João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, acrescentando que “a cultura, hoje como outrora, manifesta-se em cada momento na nossa evolução. No caso do Farol dos Ventos, esta obra de arte tira partido de um aglomerado quartzítico, deixando a quem o observa a livre condição de ver as cores do universo”.

Além do Farol dos Ventos, nesta celebração da paisagem proporcionada pelo roteiro de obras de arte da Cortiçada Art Fest, serão também instaladas obras no município da Sertã, no Jardim da Carvalha e na Ribeira de Oleiros. A par da criação e produção de três obras de arte na paisagem, com a inauguração de um roteiro nestes municípios, a Cortiçada Art Fest lança a Cortiçada Week, uma semana de experiências de construção em Cunqueiros, no verão de 2021. E para breve está o anúncio do concurso “Construção em madeira reciclada – Party Spot em Cunqueiros”, com a parceria da Casa da Arquitetura.

Recorde-se que a Cortiçada Art Fest - Festival de Experiências Artísticas na Paisagem tem como objetivo “promover a interioridade, combater o despovoamento e dar uma nova vida aos concelhos de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, que foram afetados de modo significativo pelos fogos florestais, através destas diversas iniciativas, contando com o financiamento da Direção Geral das Artes, no âmbito do Programa de Apoio em Parceria - Revitalização do Pinhal Interior - Programa de Desenvolvimento Cultural do Território.

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