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Sinto-me burlada: Hoje sou do contra

Lídia M. V. Barata - 03/03/2016 - 11:18

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Há cerca de uma semana, fui à loja do cidadão porque alguém se lembrou que precisamos de apresentar o nosso registo criminal junto da entidade empregadora. Até aqui tudo bem. Não vamos dar emprego a qualquer criminoso! No final, em troca do serviço, o funcionário pediu-me 5 euros. Claro, em Portugal tudo se paga. Solicitei um comprovativo de pagamento com o meu número de contribuinte para poder apresentar a despesa em sede de IRS (sou muito obediente, pois o governo que nos desgoverna diz-nos que devemos pedir fatura ou recibo evitando assim a fuga ao fisco daqueles que querem enriquecer à nossa custa). O funcionário, bastante atencioso, informou-me que o comprovativo de pagamento não é dedutível no IRS porque se trata de obrigações legais. O quê? Então não estamos a efetuar uma despesa que vamos ter que repetir anualmente e, segundo me constou, há pessoas que têm que apresentar o dito cujo trimestralmente?

Afinal, há dois pesos e duas medidas?

Não é que é o próprio Estado, que deveria dar o exemplo, o primeiro a fugir aos impostos? Ou estarei errada?

Mas, a minha odisseia do contra não termina por aqui…

Como habitualmente, hoje saí de casa de manhã para ir para o Fundão trabalhar. Como não sou abonada e faço o trajeto diariamente, opto, como a maioria das pessoas, por seguir pela estrada nacional 18, evitando a autoestrada A23. Depois de Alcains, encontrei obras na estrada, obrigando-me a fazer um desvio. Achei excelente a ideia de obras na estrada pois a mesma encontra-se em mau estado de conservação, tornando-se perigosa nalguns troços. Como sou um pouco, para não dizer bastante, desorientada no que respeita aos pontos cardeais, decidi parar imediatamente e solicitar informações a um dos funcionários da empresa que se encontrava a trabalhar para saber onde ia dar o tal desvio e quantos quilómetros a mais ou a menos teria que fazer. Eis que recebi a seguinte informação: tem que seguir até aos Escalos de Cima, Lousa e vai ter à Lardosa onde prossegue depois o trajeto habitual. Vai fazer mais cerca de 15 Km. Mas pode voltar para trás e seguir pela A23. Informação adicional: as obras vão demorar cerca de 13 semanas.

O quê? Não pode ser! Vou ter que fazer, todos os dias, mais 30 Km (ida e volta) além dos 90 que já faço?

Vou pela A23 durante 13 semanas e pagar obrigatoriamente um pórtico, quando, nesta situação, se deveriam lembrar de eliminar o pagamento do mesmo durante o período em causa?

Na viagem de regresso, decidi insistir. Vim pela estrada nacional e, entre a Soalheira e a Lardosa, lá estava a informação de proibição de circulação devido a obras, exceto para os moradores. Resolvi transgredir e fingir-me moradora. No final e já perto de Alcains, nova informação: “Pedimos desculpa pelo incómodo causado.”

Eu até desculpo o incómodo pois é por um bem maior. Só não desculpo o facto de, por esse motivo, me obrigarem a pagar pórticos que sempre tentei evitar!

 

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