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Um olhar sobre o futuro

Florentino Beirão - 20/01/2022 - 8:10

Ao entrarmos num novo ano, todos nos vamos interrogando sobre o que nos podem trazer os dias que aí vêm. O que podemos ter como certo, é que aquilo que sonhamos ou prevemos que aconteça no novo ano, a realidade se encarregará de por vezes nos ir trocando as voltas. O que parecia bater certinho pode transmutar-se facilmente, em algo de totalmente inesperado. Para o melhor e para o pior assim nos acontece todos os dias. A nossa experiência de vida assim nos ensina e o confirma sem dó nem piedade. Porém, esta constatação diária não nos retira a capacidade de nos aventurarmos a descortinar pelo menos as grandes coordenadas com que em princípio, se vai tecer o futuro da vida de cada um e do nosso mundo, onde nos é dado viver. Como exemplo, podemos referir a pandemia que nos tem vitimado, vai já para dois anos, prometendo manter-se com mais ou menos intensidade. Agora é a variante do Ómicron a fazer das suas. Avassaladora, aí está ela para nos fazer regressar aos tempos que muito já julgavam superados.

A nível nacional, com as eleições a abrir o novo ano, marcadas para 30 deste mês, estão a ser muito renhidas. Através dos dados que se vão conhecendo pelas várias sondagens já reveladas, tanto o PS como o PSD podem formar os futuros governos do nosso país, dividido ao meio nas intenções dos possíveis eleitores. Ganhe quem ganhar, será que se adivinham grandes transformações como as que são necessárias para endireitar um país com problemas tão vastos e complexos? As soluções que terão de vir a ser aplicadas, certamente não serão fáceis para quem tiver a difícil tarefa da governação do país. Desde a justiça à saúde, da fiscalidade à economia, do ambiente à escolaridade, não esquecendo as empresas pequenas e médias a definharem dia a dia. Já não há tempo a perder para podermos colocar Portugal num lugar mais digno no panorama da UE, onde fazemos má figura pelos nossos maus resultados que ostentamos. Tudo isto embrulhado no manto da dívida pública que nos coloca nas mãos dos nossos credores, mirrados até aos ossos.

Relativamente aos problemas que assolam o mundo inteiro, poderemos contar para já com a relativa subida da inflação. Tudo aponta no sentido de que ela venha para ficar, em maior ou menor grau. Até os países mais ricos da Europa já foram atingidos por esta realidade, mantendo-se como nos dizem os números com tendência de subida no conjunto dos países da Área do Euro. Perante esta situação, os bancos centrais podem vir a entrar em pânico, retirando os estímulos e aumentando rapidamente as taxas de juro. Deste modo, a ser assim no atual contexto pandémico, qualquer alteração política monetária seria muito problemática para este novo ano que ainda é uma criança a dar os primeiros passos.

Acresce ainda a tudo isto, o substancial aumento de todos os produtos transportados por via marítima, uma vez que que vão cobrar por transporte taxas mais pesadas. Podemos ainda contar com os prováveis estrangulamentos que são previstos na cadeia logística em que a procura global será demasiado elevada face à oferta.

Para mal dos nossos pecados, para agravar a situação dos problemas do próximo ano contemos ainda com uma nova variante da epidemia, a Ómicron, que está a afetar a vida do mundo inteiro. Este aumento tão rápido de número dos infetados vai continuar a colocar os hospitais sob pressão, exigindo cada vez mais camas disponíveis para dar respostas rápidas e eficazes, para tratar os numerosos doentes que ficarão sujeitos a tratamentos mais ou menos prolongados.

Se alargarmos o nosso olhar, vamos ver ainda acentuada a corrida aos armamentos desde a China à América do Norte, podendo a UE entrar também nesta competição militar.

O acentuar da crise entre a Rússia e a Europa, devido à famigerada e mártir Ucrânia, está aí também para durar por mais uns tempos para fazer numerosas vítimas de ambos os lados da contenda. Será que Putin e Biden vão tentar fazer progressos em ordem a uma paz concreta e duradora? Oxalá, as grandes potências mundiais, incluindo a China não comprometam a paz com a sua cobiça imperial. A Paz e a Justiça a que os povos aspiram e merecem tem de triunfar. Feliz Novo Ano

florentinobeirao@homail.com

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