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Exposição: Travessia de Madrid para Castelo Branco

João Carrega - 10/10/2020 - 8:00

Cristina Rodrigues regressa ao Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco com a exposição Travessia

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A exposição mereceu elogios na capital espanhola

Cristina Rodrigues, arquiteta e artista plástica, regressa ao Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, de 10 de outubro a 31 de janeiro de 2021, com a exposição “Travessia”. Uma mostra, que teve a sua génese em Madrid, tendo sido exposta no Centro Internacional de Artes Vivas Naves Matadero na capital espanhola, durante 2019.
Em nota enviada ao Reconquista, a artista explica que a exposição terá como curador o coreógrafo espanhol Mateo Feijóo.
A exposição, que tem como génese a ideia “A Casa é a Catedral da Vida”, teve um grande impacto em Espanha e no entender da autora “permite conhecer novas perspetivas sobre o tema da emigração, através de obras como uma instalação e um documentário intitulados «Travessia», que retratam os relatos de um conjunto de migrantes originários da Venezuela, Honduras, El Salvador, República Dominicana, Argentina, Perú, Marrocos, Angola e Senegal”.
Para a concretização deste projeto, Cristina Rodrigues entrevistou, ao longo de 20 meses, “dezenas de pessoas que deixaram os seus países para ir viver para Madrid”.
Nesta mostra, a autora regista um contexto “histórico-social do nosso tempo”, onde, como refere, assume relevância “a ideia das vidas num permanente suspenso, que não têm laços com o país de acolhimento porque não lhe pertencem e, simultaneamente, começam a perdê-los em relação ao país de origem. A esperança dá, nestas vidas, lugar ao desconhecido, à desconfiança, à discriminação”.
A artista, que já trabalhou com o Município albicastrense num projeto que levou até à Catedral de Manchester painéis bordados a Castelo Branco (que hoje ocupam os altares daquele templo) regressa assim à capital de distrito.
Cristina Rodrigues assume-se como um artista eclética. A sua obra “é regida por uma estética simples que liga a etnografia social, a antropologia e a sustentabilidade ao desenho, à pintura, à instalação e à escultura”, explica na nota enviada ao Reconquista, para depois acrescentar que as suas “instalações exprimem um trabalho aprofundado, desenvolvido em torno de permanentes contrastes entre o tradicional e o contemporâneo; um diálogo fluido entre o tradicional de inspiração popular e uma cultura de raiz mais «erudita»”.
Doutorada em Arte e Design pela Manchester School of Art, Cristina Rodrigues realizou inúmeras exposições, das quais se destacam: O Horizonte (2019), na Quinta da Cruz – Centro de Arte Contemporânea, Viseu; e Retrospectiva (2017), no Centro de Cultura Contemporânea, Castelo Branco, em Portugal; A Casa é a Catedral da Vida (2019), no Naves Matadero, Madrid; O Sudário (2017-18), no Naves Matadero, em Madrid; A Paixão (2016), uma exposição distribuída por cinco dos mais icónicos monumentos de Sevilha, em Espanha; O Reino dos Céus (2017), na Catedral de Manchester, Reino Unido; Ecos do Mar (2018), no The Hillside Forum, em Tóquio, Japão; e O Sudário, na Colombo Art Biennale 2016, na Catedral de Colombo, Sri Lanka.
Na mesma nota recorda que as suas obras “integram colecções de museus e entidades públicas, entre as quais a Catedral de Manchester e o Cheshire East Council, no Reino Unido Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso; Município de Castelo Branco; Município de Viseu; Município de Vila do Conde; Município de Baião e Estado Português”.

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