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Bigorna: Hotel do Rosmaninho traz 4 estrelas à região

Lídia Barata - 07/07/2022 - 16:13

A Quinta da Bigorna tem agora um novo conceito. À cozinha de autor acrescenta um hotel de quatro estrelas, piscina, o wine bar e um campo de padel.

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Nova unidade já disponibilizou os 10 quartos no mercado

O sonho começou a tomar forma em 2008, mas foi sábado, dia 2 de julho, que a Quinta da Bigorna, em Escalos de Baixo, (re)abriu num formato à medida de Joaquim Barata Lopes. Este novo conceito passa por reformular o restaurante para uma cozinha de autor, pelo Hotel Campo do Rosmaninho, de quatro estrelas, a piscina com acesso condicionado, um wine bar, para provas de vinho, incluindo os da Adega Barata Lopes, e um campo de padel, o primeiro no concelho e na região.

“O projeto inicial sempre contemplou alojamento, porque um investimento desta dimensão só fazia sentido complementado com alojamento. Foi sempre assim que o idealizei”, afirma ao Reconquista Joaquim Barata Lopes, que comprou o espaço em 2008 e abriu portas pela primeira vez em 2009, inicialmente com restaurante. Esta abertura coincidiu com o início da crise e o sonho ficou adiado.

Ultrapassados alguns contratempos e dissabores, o complexo ganha a forma desejada. “Aproveitamos para alterar algumas coisas, nomeadamente o restaurante, onde vamos apostar numa cozinha de autor, com o chef Álvaro André, que é quem vai ficar também responsável pelo empreendimento”, explica o empresário, ressalvando que “se partirmos sempre do princípio que uma cozinha mais moderna, de autor, não será bem aceite no interior, nunca o interior se adaptará a esta tendência”. Está consciente do risco, mas igualmente confiante no conceito que o chef Álvaro André “irá desvendando, com o tempo”. Inicialmente, prevê que o restaurante funcione mais com reservas, mas não abdica da qualidade. “Vamos aceitar no máximo reservas de 30 a 40 pessoas, porque aumentar o número pode por em causa a fasquia do requinte e da qualidade de um restaurante que queremos compatível com o empreendimento do Hotel Campo do Rosmaninho”.

 

A decoração ficou a cargo da esposa de Joaquim Barata Lopes

 

O hotel tem 10 quartos, que já estão no mercado e com solicitações. “Os quartos nasceram num bloco em bruto que, quando comprei o espaço já cá estava. Era um armazém amplo, só em tijolo, com mais de 400 metros quadrados. Pensei que 10 quartos seria o ideal porque não interessava reduzir a área para ganhar mais quartos, pois perderia em qualidade”. Joaquim Barata Lopes seguiu um critério pessoal. “Este é um espaço onde como cliente gostaria de estar”, reitera.

A piscina “mantém-se aberta ao público, mas com um figurino diferente, pois será um espaço que privilegiará os hóspedes, mas dada a sua dimensão permitiremos o acesso do público, mas com preços diferenciados, mas com direito a toalha (pois só serão permitidas as toalhas do complexo), espreguiçadeira e um mimo (uma bebida ou um snack)”.

NOVIDADES Para manter algum elemento do antigo campo de tiro, até para não apagar a memória do espaço, foi construído um wine bar. “Este era um dos dois fossos do campo de tiro. Como é um espaço subterrâneo, fizemos um wine bar, onde vai ficar a garrafeira e onde se fará degustação de vinhos. Fizemos na superfície um espelho de água de modo a que quem está dentro do bar, tem a sensação de estar submerso”, explica.

Além de trabalhar com vinhos do Douro, Joaquim Barata Lopes também já tem um rótulo em nome próprio para o vinho que produz na Quinta da Bigorna. “Tenho o rótulo Adega Barata Lopes, que são os meus apelidos. A colheita de 2020 ainda está a estagiar nas barricas de carvalho francês, vamos agora engarrafá-la”, referindo-se ao tinto, que é sobretudo Touriga Nacional, se bem que “tenho uma pequena parte de Tinta Roriz e uma ainda mais pequena de Alicante Bouschet. À minha medida também que é o que eu gosto”. O branco é mais recente, pois foi plantado mais recentemente, sendo este feito a partir da monocasta Chardonnay.

A decoração ficou a cargo da esposa, pelo que este continua a ser um projeto de família.

“Tenho quase 60 anos, pelo que já não vou em romantismos. Estou em Lisboa à cerca de 40 anos e nunca deixei de vir com regularidade aos Escalos de Baixo, mas com um empreendimento destes venho todos os fins-de-semana e, por vezes, até durante a semana dou um pulinho e volto, para ir ler escrituras”, uma vez que o empresário continua a sua atividade profissional como notário.

Para trás fica “uma fase muito má, porque por mais que eu trabalhasse e ganhasse dinheiro esta coisa era um sorvedouro”, o que também serviu de crivo de alguns relacionamentos, mas está consciente que mesmo que as pessoas “não entendam, ou não queiram entender”, isto “representa algo importante para a região porque tudo o que aqui está é feito por gente daqui. O carpinteiro é daqui, fez as mobílias todas dos quartos, o serralheiro é daqui, o homem do pladur é de Monsanto, mas tem trabalhadores dos Escalos, ou seja, tudo o que é possível ser feito em Escalos de Baixo ou na região é assim feito”.

O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, esteve na inauguração e também considerou que este “é um investimento privado, mas muito importante, porque vem valorizar muito a promoção turística e a atratividade turística do concelho de Castelo Branco. São mais quartos e um empreendimento com enorme qualidade, pelo que saudámos o investimento e desejámos que corra bem. Precisamos de alojamento, precisamos aumentar o número de quartos e há ali potencial para tudo correr bem”.

 

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