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Alcains: Canteiros e pedreiros homenageados em livro

Reconquista - 07/11/2019 - 15:39

Muitas gerações de alcainenses tiveram na arte de trabalhar a pedra o seu modo de vida. Os canteiros e pedreiros de Alcains são reconhecidos no país e no mundo. Florentino Vicente Beirão retrata isso mesmo num documento histórico.

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Há “toda uma longa geração de pais, filhos e netos que fizeram desta profissão (canteiro ou pedreiro) o seu projeto de vida, entre as décadas de 40 a 70 do séc. XX, tanto na sua terra, junto das suas famílias, como noutras paragens do nosso país e no estrangeiro”.

As palavras são de Florentino Vicente Beirão, professor e investigador, colaborador do semanário Reconquista, e autor do livro «Canteiros e Pedreiros de Alcains» que será apresentado no próximo dia 16 de novembro, no Centro Cultural daquela vila, pelas 14H45.

Florentino Beirão homenageia os pedreiros e os canteiros de Alcains.

“Este trabalho foca-se sobretudo na geração dos canteiros e pedreiros que fizeram a sua aprendizagem e trabalharam nas pedreiras de Alcains, ao longo das décadas de 40-70 do séc. XX, muitos deles, já descendentes de gerações de profissionais que trabalharam o granito”, explica o autor, na nota introdutória.

QUALIDADE A excelência dos canteiros e pedreiros de Alcains é sublinhada por Florentino Beirão para quem “a qualidade do seu trabalho foi de tal modo dando nas vistas, que uma boa parte deles foi galgando os muros da sua terra, emigrando para várias regiões do país”.

O autor explica que “muitas das crianças do sexo masculino, quando completavam a escola primária, eram logo colocadas pelas suas famílias numa pedreira, para aprenderem a arte.

Depois da fase de aprendizagem, os mais jovens, iam-se tornando autónomos profissionalmente, chegando alguns a atingir a categoria de mestres ou empresários. Se o trabalho ou o ordenado minguava na sua terra natal, logo era procurada uma alternativa noutra zona do país ou no estrangeiro, através de contactos familiares ou de colegas de profissão”, conta.

Na concretização deste trabalho de investigação, Florentino Beirão destaca o apoio que teve por parte do município albicastrense.

Luís Correia, presidente da autarquia, revela, no seu testemunho que “a cantaria e os lanifícios foram histórica, económica e socialmente duas das mais importantes atividades desenvolvidas no concelho de Castelo Branco, sendo que a sua relevância se prolongou no tempo até há escassos anos. Não por acaso, ao nível da preservação do agora designado património industrial, a Câmara de Castelo Branco apostou na preservação e musealização de dois espaços emblemáticos no que respeita a estas atividades: o Solar Ulisses Pardal, em Alcains, onde está instalado o Museu do Canteiro e a Fábrica da Corga, em Cebolais-Retaxo, onde funciona o Museu dos Lanifícios – MUTEX”.

A apresentação tem entrada livre e será feita pela diretora do Agrupamento de Escolas José Sanches e São Vicente da Beira, Rosa Caetano.

 

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