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Castelo Branco: Ano de S. José encerra com “orações e meditações”

Lídia Barata - 07/12/2021 - 16:06

D. Antonino Dias preside à eucaristia solene que na Diocese marca o encerramento do ano dedicado a São José, que será seguida de um concerto de música de compositores franceses.

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A igreja no Cansado é a única da Diocese dedicada a São José

O bispo D. Antonino Dias preside quarta-feira, dia 8 de dezembro, às 15H00, à eucaristia solene de encerramento do Ano dedicado a São José, convocado pelo Papa Francisco como modo de assinalar o 150.º aniversário da sua declaração como padroeiro da Igreja universal, pelo Beato Pio IX, a 8 de dezembro de 1870.

A eucaristia realiza-se na Igreja de São José Operário, em Castelo Branco, por ser aquela que na Diocese de Portalegre-Castelo Branco tem o santo como orago.

A missa é sucedida do concerto “Prières et méditations” (orações e meditações), cerca das 17H00, pela voz de Nélia Gonçalves, acompanhada por José Carlos Oliveira no órgão, que vão interpretar temas de compositores como Chausson, Caplet e Langlais.

“Partindo da música francesa do século XIX, imersa nas tendências românticas da escrita musical deste período, assistimos ao surgimento de uma corrente modernista, onde a polimodalidade ou as influências impressionistas de Debussy se destacam. O convite ao contacto com a alma, pela introspeção e serenidade, é inevitável quando a progressão musical ocorre combinando a inovação com técnicas antigas do contraponto e cantochão, através do fluir de melodias simples e claras. De facto, muito deste repertório reflete o ressurgimento das tendências de escrita barrocas e clássicas, responsáveis pela corrente neoclássica que vigorou no início do século XX. Tendências estas que se tornam no impulso para o crescimento estilístico individual que cada compositor adota, de um modo próprio, através da criação de harmonias ricas e complexas características da época”, pode ler-se na sinopse do concerto.

Integram o programa, Les Prières - Oraison Dominicale de André Caplet (1878 – 1925); Missa "in simplicitate" – Kyrie de Jean Langlais (1907 – 1991); Missa "in simplicitate" – Gloria; Organ Book – Pasticcio; Missa "in simplicitate" – Credo; Priez pour Paix Francis Poulenc (1899 – 1963); Huit Pièces Modales - n.º 1 - Mode de Ré de Jean Langlais; Missa "in simplicitate" - Sanctus/Benedictus; Missa "in simplicitate" - Agnus Dei; Prélude Modal, op. 6/1; Improvisation op. 150/7 - Allegro giocoso de Camille Saint-Saëns (1835 – 1921); Pater Noster de Ernest Chausson (1855 – 1899); Pie Jesu de André Caplet; Les Prières - Salutation Angélique; Suite Gothique - Prière a Notre Dame de Léon Boëllmann (1862 – 1897); Litanies de la Sainte Vierge de Camille Saint-Saëns; e Tota pulchra de Ernest Chausson.

Quanto aos intérpretes, Nélia Gonçalves, mezzo soprano, apresenta-se regularmente ao lado de músicos e agrupamentos de uma ampla variedade estilística, que decorrem desde o barroco até à música contemporânea.

Colaborou já com diversos agrupamentos de música antiga como o “Ludovice Ensemble”, sob a direção de Fernando Miguel Jalôto e, recentemente, participou na estreia moderna da obra Mattutino de Morti de David Perez, versão do Manuscrito de Viseu, com o agrupamento Flores da Mvsica, sob a direção de João Paulo Janeiro. Na calha tem a colaboração com a Orquestra Barroca e Coro da Casa da Música, sob a direção de Lawrence Cummings, onde interpretará a Oratória de Natal de Bach.

Na música contemporânea participou na ópera Tudo Nunca Sempre o Mesmo Diferente Nada de Tiago Cutileiro (produção Arte no Tempo) e na ópera Hummus de Zad Moulaka, no papel de Truika (produção da Opera Lab Europa). Destacam-se, ainda, as colaborações com o Teatro Nacional de São Carlos na ópera Dialogues des Carmelites de Poulenc, sob a direção de João Paulo Santos.

Realizou a sua formação no Conservatório de Música de Coimbra, prosseguindo depois estudos na Universidade de Aveiro, onde concluiu o Mestrado em Ensino de Música (variante Canto), em 2013, e a Licenciatura em Performance – Canto (com distinção), Paralelamente tem vindo a aprofundar os seus conhecimentos vocais através da participação em diversos workshops e masterclasses. Realizou, também, formação no ENOA (European Network of Opera Academies), como bolseira da Fundação Gulbenkian. Mantém, ainda, uma colaboração regular com o festival Zêzerearts, son direção artística de Brian MacKay, no qual integra os corpos artísticos e formadores.

Atualmente leciona canto e técnica vocal nos conservatórios regionais de Castelo Branco, Covilhã e Escola Diocesana de Música Sacra de Coimbra.

José Carlos Oliveira iniciou os seus estudos musicais como autodidata, tendo assumido aos 13 anos de idade a posição de organista na Igreja de S. José Operário, em Castelo Branco. Entre outubro de 1991 e julho de 1993 iniciou estudos na Academia de Música Eborense. Em setembro de 1993 ingressou no Curso de Direção Coral da Escola Superior de Música de Lisboa, concluindo o primeiro ano. Entre 1991 e 1994, estudou Órgão sucessivamente com João Paulo Janeiro, Antoine Sibertin-Blanc e Rosa Amorim. Em simultâneo, foi aluno de Direção Coral do 1.º Curso Nacional de Música Sacra, realizado pelo Santuário de Fátima e Secretariado Nacional de Música Sacra. Foi professor-assistente no 2.º Curso Nacional de Música Sacra.

Obteve Menção Honrosa no Concurso de Jovens Organistas, realizado em Leiria em 1997. Em julho de 1999 concluiu o Curso de Música Sacra, na Escola Superior de Música Sacra de Regensburg (Alemanha) e em julho de 2000, a pós-graduação em Pedagogia Musical para a disciplina de Órgão, atribuída pela Escola Superior de Música de Munique.

Após o regresso a Portugal exerceu atividade pedagógica, sucessivamente, na Academia de Música Eborense, no Conservatório Regional de Castelo Branco, no Conservatório Regional da Covilhã e na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto.

Foi, entre setembro de 2002 e Agosto de 2008, professor de Órgão no Conservatório de Música de Coimbra. É, atualmente, docente da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco e do Conservatório Regional da mesma cidade. Ocupa o cargo de organista titular do Órgão Willis/Schulte (1928/2013 – 29/II) da Paróquia de S. José Operário, em Castelo Branco. E está a preparar a sua tese doutoral em Música (Performance) no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, dedicada especificamente à obra para órgão solo de Paul Hindemith.

São José Recorde-se que o Papa Francisco publicou a Carta Apostólica “Patris Corde” (com coração de pai), destacando que “depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo”. Figura que o sumo pontífice considera “extraordinária, tão próxima da condição humana”.

É destacado pelo Papa precisamente por vivermos tempos em que “é necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica e do qual o nosso Santo é patrono e exemplo”, acrescentando que “todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade”. Além de protetor do trabalho, São José também é padroeiro de “quantos têm de deixar a sua terra por causa das guerras, do ódio, da perseguição e da miséria”, o que motivou o decreto que determinou que este fosse celebrasse como o “Ano especial de São José”.

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