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Ideias & Factos: Haja saúde pública!

Agostinho Dias - 18/01/2024 - 10:11

Entre 24 de dezembro de 2023 e 9 janeiro de 2024, houve em Portugal “1002 mortes acima do esperado”; o dia mais mortal foi o 2 de janeiro com 550 óbitos e um excesso de 129. No centro das atenções esteve a gripe A que só na última semana do ano foram identificados 135 casos positivos, e 49 do tipo B, segundo os dados oficiais. Às urgências têm chegado só os casos mais graves, e 12% das quais necessitam internamente, o que já não se verificava desde janeiro de 2021. “A procura do serviço de urgência, parece ser semelhante ao que aconteceu no ano passado”, mas temos assistido a um “aumento bastante considerável” do tempo médio de espera, cujo valor médio ultrapassa os 157 minutos, mais 60% do que no ano passado, o que denota menos capacidade de resposta.
Nas últimas 3 semanas tivemos uma enxurrada de despachos e portarias e de novos regulamentos, que vão mudar aquilo que é o funcionamento dos serviços de saúde. Contudo o principal problema é a falta de profissionais que continua por resolver. Por isso esta é a pior altura do ano para promover uma reorganização dos serviços de saúde, pois “se não tivermos pessoal, o modelo não funciona”, e de facto o Ministério da Saúde tem tido grande dificuldade em conseguir reter pessoas.
Diz o n.º 35 de Fratelli Tutti do Papa Francisco: “Passada a crise sanitária (da Covid), a pior reação seria cair ainda num consumismo febril e novas formas de autoproteção egoísta. No fim, oxalá que não existam os “outros”, mas apenas num “nós”. Oxalá não seja mais um grave episódio da história, cuja lição não fomos capazes de aprender. Oxalá não nos esqueçamos dos idosos que morreram por falta de respiradores, em parte como resultado dos sistemas de saúde que foram sendo desmantelados anos após ano. Oxalá não tenha sido inútil tanto sofrimento, mas tenhamos dado um salto para uma nova forma de viver”.

Agostinho Dias
agostinho.dias@reconquista.pt

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